Papa Bento XVI pede solução urgente para crise humanitária na Síria

Na tradicional mensagem ao corpo diplomático internacional no Vaticano, o Papa pediu paz para o Médio Oriente.

O Papa Bento XVI exortou hoje o corpo diplomático internacional a trabalhar para encontrar soluções para as várias crises que afligem o Médio Oriente, em particular na Síria e na Palestina.

 

No seu discurso anual perante os embaixadores estrangeiros no Vaticano, Bento XVI apelou à pacificação das regiões em guerra e também à diminuição das disparidades entre os mais ricos e privilegiados e os mais pobres e desprotegidos do mundo.

Referindo-se ao Médio Oriente como uma “região privilegiada no plano de Deus”, o Papa destacou o “horrível sofrimento” da população síria após quase dois anos de conflito que, a prolongar-se, ameaça transformar o país “num imenso campo de ruínas”.

Um dia depois da declaração do Presidente Bashar al-Assad na ópera de Damasco, na qual apresentou um plano de paz em cinco pontos, o Papa renovou o seu apelo a um cessar-fogo, e a “inauguração o mais rapidamente possível de um diálogo construtivo que ponha fim a um conflito que nunca conhecerá vencedores, apenas vencidos”. E tendo em conta a plateia de embaixadores, disse que a diplomacia internacional tem a responsabilidade de encontrar uma solução urgente para responder à grave crise humanitária.

O Papa também se referiu à crise israelo-palestiniana, novamente para exprimir a sua “preocupação” com a situação na Terra Santa, e o seu desejo de que Jerusalém possa ser “um dia uma cidade de paz e não de divisão”. “Israelitas e palestinianos têm de ser capazes de se comprometer com uma coexistência pacífica no quadro de dois Estados soberanos”, considerou.

Bento XVI lembrou outras regiões onde, disse, os cristãos continuam a ser vítimas de ataques terroristas e ódio ou intolerância religiosa – Iraque, Líbano, República Democrática do Congo, Mali, Nigéria e República Centro-Africana – e condenou o “fanatismo” que considerou uma “falsificação da religião”.

A mensagem do Papa abordou também o tema da crise económica, com o Pontífice a notar que a União Europeia se confronta com decisões políticas “difíceis”. “Alguns países poderiam talvez avançar mais rapidamente sozinhos, mas só juntos poderão chegar mais longe”, considerou, referindo-se à crise financeira.
 

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