Japão avalia novas reservas de metais para alta tecnologia

Tóquio dá mais um passo para livrar-se da dependência da China quanto às "terras raras", essenciais para equipamentos como telemóveis, televisores, computadores, lâmpadas e automóveis.

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Japão também está a investir na reciclagem de electrónicos para recuperar "terras raras" Toru Hanai/Reuters

O Japão vai iniciar este mês uma campanha de prospecção de metais essenciais para a alta tecnologia – as chamadas “terras raras” –, em grandes reservas descobertas no Pacífico no ano passado.

 É mais um passo das autoridades japonesas na tentativa de contornar a dependência em relação à China, que domina o abastecimento mundial daqueles materiais.<_o3a_p>

“Terras raras” é o nome dado a um conjunto de metais que, apesar de relativamente abundantes na Terra, não são facilmente encontrados em quantidades suficientes que justifiquem a sua exploração comercial. Têm uma grande variedade de aplicações, estando presentes em muitos equipamentos comuns, como telemóveis, computadores, lâmpadas, televisores e automóveis.<_o3a_p>

A China detém cerca de um quarto das reservas conhecidas de “terras raras”, mas é responsável por mais de 90% da produção mundial. O Japão é o maior importador dos metais chineses e tem vindo a tentar livrar-se desta dependência. No princípio de Novembro, a Sumitomo Corporation abriu uma unidade de processamento de “terras raras” no Casaquistão. No mesmo mês, o Japão assinou um acordo para a importação desses metais da Índia.

<_o3a_p>A exploração de reservas no Pacífico, descobertas em 2011 por investigadores da Universidade de Tóquio, pode ser mais uma solução para o Japão. Os metais foram identificados em camadas de lama a uma profundidade entre os 3500 e 6000 metros em dezenas de pontos do oceano. As reservas serão 100 a 1000 vezes superiores às actuais.<_o3a_p>

O que o Japão está agora a lançar é uma avaliação mais aprofundada de uma parte destas reservas que se encontra na sua zona económica exclusiva. <_o3a_p>

Um navio da agência japonesa para a investigação terrestre e marinha partirá este mês para a ilha de Minami Torishima – um pequeno atol de corais no Pacífico, cerca de 1800 quilómetros a Leste de Tóquio. A sua missão será a de recolher amostras de lama a 5600 metros de profunidade e analisar que tipo de metais nelas se encontram, e em que quantidades.<_o3a_p>

As reservas de “terras raras” junto da ilha são, teoricamente, suficientes para abastecer as necessidades do Japão por 230 anos, segundo os investigadores.<_o3a_p>

A necessidade de novas fontes de “terras raras” tem-se acentuado nos últimos anos, devido ao controlo da China sobre o abastecimento mundial desses metais. <_o3a_p>

Em Março passado, os Estados Unidos, a União Europeia e o Japão apresentaram uma queixa contra Pequim, por estar a restringir as exportações, alegadamente com a finalidade de favorecer a transferência de indústrias de alta tecnologia para o território chinês.<_o3a_p>

O Japão tem procurado, ainda, desenvolver materiais alternativos e investir na recuperação dos metais através da reciclagem.<_o3a_p>

 

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