Políticos destacam integridade e contributo de Marques Júnior para a democracia

No velório estiveram várias personalidades do mundo político, entre as quais Pedro Passos Coelho, António José Seguro, Jorge Sampaio e Ramalho Eanes.

Foto
Marques Júnior esteve quase 30 anos no Parlamento PÚBLICO

Nesta terça-feira, na chegada ao velório de Marques Júnior, na Academia Militar, em Lisboa, o primeiro-ministro recordou o capitão de Abril como “um homem íntegro, de grandes convicções”, que “pôs sempre à frente o interesse nacional”.

“Venho prestar a minha homenagem à memória do senhor coronel Marques Júnior, às Forças Armadas, já que era um ilustre representante dos capitães de Abril, a quem devemos o regime político que hoje vivemos, ao Partido Socialista, mas em particular, à sua mulher e à sua filha”, afirmou Passos Coelho.

Em declarações aos jornalistas, Pedro Passos Coelho disse que conheceu bem Marques Júnior, com quem colaborou “mais de perto nos últimos tempos”, uma vez que o coronel presidia ao Conselho de Fiscalização do Sistema de Informações. “Era um homem muito íntegro, uma pessoa com trabalho desenvolvido, pondo sempre à frente o interesse nacional”, declarou.

À chegada à Academia Militar, onde se encontrava também nessa altura o secretário-geral do PS, António José Seguro, o primeiro-ministro recordou “um homem de grandes convicções que partiu demasiado cedo”, acrescentando que “foi um choque saber do seu desaparecimento”.

Marques Júnior, que tinha 66 anos, sofreu um derrame cerebral no dia 26 de Dezembro e foi internado no Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa. Morreu nesta segunda-feira.

Cavaco Silva, numa mensagem de condolências divulgada no site da Presidência, escreveu que “ao longo de uma vida tragicamente interrompida, António Marques Júnior demonstrou a integridade do seu carácter, mantendo-se sempre fiel aos valores e ideais em que acreditava”.

O Presidente recordou que Marques Júnior “contribuiu para que Portugal fosse um país livre”, destacando-se mais tarde, após instaurado o regime democrático, como deputado e como membro do Conselho Superior de Defesa Nacional, “sendo uma voz autorizada em questões ligadas à Defesa Nacional e à segurança interna”.

“Todos os que tiveram o privilégio de o conhecer irão guardar dele a memória de um homem bom e digno, um português de princípios que amava a sua pátria e que serviu Portugal de forma exemplar”, salientou Cavaco Silva.

Também no velório, António José Seguro afirmou que Portugal perdeu “um homem bom, um homem digno, um patriota inconformado com o rumo do seu país”. O ex-Presidente Jorge Sampaio lembrou o contributo como  capitão de Abril “e depois como figura de grande simpatia, inteligência, honestidade e esforço pela democracia portuguesa”.

Por seu lado, o antigo Presidente da República Ramalho Eanes recordou Marques Júnior como alguém que lutou pela modernização do país “com justiça para todos” e que “partiu com alguma angústia” por ver que os ideais de Abril “estão em dificuldade”.

Numa nota escrita enviada à Lusa, a presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves escreveu que permanecerá de Marques Júnior a “presença ao mesmo tempo virtuosa e obstinada, exemplar, porque afável, simples e nobre e porque não desiste”. O militar esteve quase 30 anos no Parlamento, quase todos como deputado do PS.

Na quarta-feira, decorre a missa de corpo presente na basílica da Estrela, às 9h30, seguindo-se o funeral em São Martinho de Bornes, Pedras Salgadas, no distrito de Vila Real.

Sugerir correcção
Comentar