Mulas de carga do século XXI serão robôs que têm quatro patas

Uma mula robótica destinada ao transporte de cargas está a ser desenvolvida nos Estados Unidos para apoiar os soldados em conflitos militares. Com vídeo.

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A mula robótica conseguirá aguentar 180 quilos de carga Boston Dynamics

O LS3 levanta-se ao som de uma voz humana – “LS3 liga-te, LS3 segue-me de perto”, ouve-se – e caminha por cima de pedregulhos, entre vegetação ou na estrada. O LS3 é o diminutivo em inglês de Legged Squad Support System, qualquer coisa como Sistema de Apoio com Pernas a Pelotões. Se este robô for confundido com uma mula metálica não é de estranhar.

  O LS3 resulta de um programa criado pela DARPA, a principal agência de investigação científica militar dos Estados Unidos, que pertence ao Departamento de Defesa. O projecto está a ser desenvolvido há alguns anos pela empresa Boston Dynamics, que também é a "mãe" de outros projectos robóticos como o BigDog, um cão robótico, e o PetMan, um robô humanóide.

A ideia por detrás do LS3, uma espécie de grande mula robótica com um ar corpulento e imparável, é a de tirar literalmente o peso das costas dos militares durante a guerra. Para isso, vai mesmo funcionar como uma mula de carga: as suas pernas vão ter de aguentar 180 quilos, caminhar 32 quilómetros e o “animal” terá de se manter activo durante 24 horas sem intervenção humana.

O sistema robótico responde a dez comandos diferentes de voz humana como “pára” ou “liga-te”. Quem dá o comando tem uma antena, o que permite ao LS3 seguir de perto essa pessoa. O robô consegue observar a sua vizinhança e escolher o melhor percurso para seguir o líder. Pode entrar em ruas estreitas, o que lhe permite adaptar-se a um ambiente mais urbano, ou passar por cima de troncos com as suas patas.

Nos últimos anos, o robô fez avanços notáveis: o motor é muito mais silencioso e já não evita obstáculos que estão no caminho como fazia antes. Nas últimas três semanas, os responsáveis pelo projecto levaram-no à rua para os avanços. O LS3 foi filmado a caminhar nos bosques de Fort Pickett, na Virgínia.

Ainda há trabalho pela frente para aperfeiçoar a criatura às mudanças de luz ou a caminhar sobre neve – um dos vários cenários que os militares norte-americanos têm de enfrentar nas situações de conflito em que os Estados Unidos estão envolvidos. Mas, de acordo com a revista Wired, a DARPA espera entregar, em 2014, a primeira mula robótica a uma companhia de Marines.
 
 


 
 
 
 
 

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