Equipa da televisão NBC libertada na Síria

Feitos reféns por uma mílicia pró-regime, um jornalista e dois técnicos foram libertados por rebeldes após um tiroteio.

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Imagem do vídeo difundido pelos raptores DR

Um jornalista americano da cadeia de televisão NBC News, Richard Engel, e a sua equipa, raptados na Síria há cinco dias, foram libertados esta terça-feira, depois de uma troca de tiros entre rebeldes e milícias pró-Assad.

O jornalista disse na NBC que tinha sido feito prisioneiro por membros da milícia shabiha, um “exército” paramilitar pró-regime que tem sido responsabilizado pelas piores atrocidades cometidas na guerra civil que se arrasta na Síria.

Richard Engel, de 39 anos, e mais dois homens tinham passado a fronteira da Turquia para entrar na Síria na passada quarta-feira quando foram capturados e amarrados. Com os olhos vendados, foram depois transportados pelos seus raptores para um local provavelmente próximo da cidade de Ma’arrat Misrin, referiu a NBC.

Segundo Engel, os seus raptores foram treinados no Irão e recrutados pelo Hezbollah libanês, e queriam trocá-los com quatro agentes iranianos, dois libaneses e outras pessoas detidas pelos rebeldes da oposição.

“Eles queriam levar-nos para um quartel do Hezbollah na Síria. Íamos a caminho quando deparamos com um posto de controlo dos rebeldes”, contou o jornalista. Foi então que começou um tiroteio que se saldou na morte de dois dos raptores e na fuga dos outros.

Num curto vídeo dos reféns antes da sua libertação, difundido no YouTube, os jornalistas surgem sentados contra um muro onde grandes letras verdes glorificam Ali, o imã da seita alauita a que pertence a dinastia Assad, e onde se pode ler parte do slogan das shabiha: “Ou Assad, ou destruiremos o país”.

Richard Engel, antigo jornalista da AFP, disse na NBC que ele e os outros reféns não foram sujeitos a maus tratos, mas a “muita tortura psicológica”. “Eles disseram-nos para escolher qual de nós seria morto primeiro. Quando recusámos, desataram aos tiros para o ar.”

O regime de Assad é um aliado próximo do Irão e do movimento Hezbollah, que são acusados pelos rebeldes sírios de apoiarem a repressão pelo regime.

Em 21 meses de conflito já morreram na Síria mais de 43 mil pessoas, segundo o observatório dos direitos humanos sírio, organização no exílio ligada à oposição.
 
 

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