Confrontos no Egipto a um dia do referendo à Constituição

Polícia separa opositores de Morsi e elementos dos extremistas do Gama’a al-Islamiyya.

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A situação está mais tensa na segunda maior cidade do país Reuters

As últimas horas antes do referendo sobre o projecto de Constituição no Egipto estão a ser vividas num ambiente de grande tensão, como era esperado. Na segunda maior cidade do país, Alexandria, há relatos de confrontos entre apoiantes e opositores do Presidente Mohamed Morsi.

O jornal em língua inglesa Daily News Egypt avança que a liderança da Irmandade Muçulmana  que apoia o "sim" no referendo  manteve-se oficialmente à margem das manifestações no centro de Alexandria, mas o mesmo jornal e a agência Reuters relatam confrontos com defensores do "não", na sua maioria da oposição secular e liberal.

Os confrontos terão começado logo após a oração de sexta-feira, proferida pelo conhecido xeque ultraconservador Ahmed El-Mehalawy, e a sua origem tem explicações distintas, consoante as facções ouvidas.

O porta-voz do Partido da Justiça e da Liberdade (da Irmandade Muçulmana) em Alexandria, Mohamed Soudan, disse que "alguns elementos da oposição e alguns socialistas tentaram atacar o xeque Mehalawy no final da sua oração". O mesmo porta-voz afirma que elementos dos extremistas do Gama’a al-Islamiyya levaram o xeque Ahmed El-Mehalawy para a mesquita, de onde diz não poder sair por temer pela sua segurança. "A polícia está posicionada entre o Gama’a al-Islamiyya e os manifestantes", disse.

Os opositores da Constituição têm outra versão. Ouvido pelo Egypt Daily News, um dos manifestantes, Zeyad Salem, disse que o xeque Ahmed El-Mehalawy "não está encurralado, ele é que encurralou três pessoas na mesquita".

A agência Reuters também dá conta da queima de automóveis em Alexandria e confrontos com bastões e espadas, citando testemunhas oculares.

A Irmandade Muçulmana está também a aproveitar o último dia antes do referendo em dez províncias do país, entre as quais Cairo e Alexandria (no sábado, 22 de Dezembro, a consulta terá lugar nas restante 17 províncias). Na capital, os islamistas apoiantes de Mohamed Morsi reuniram-se nas imediações de uma mesquita, perto do palácio presidencial. Entre as palavras de ordem, as que mais se destacavam eram "Islão! Islão!" e "Viemos aqui dizer 'sim' à Constituição!", relata a Reuters.
 
 

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