Alemanha aprova alterações ao empréstimo europeu à Grécia

Votação expressiva no Bundestag dá luz verde ao resgate grego, mas 23 deputados da maioria votaram contra.

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Wolfgang Schäuble com Angela Merkel no Parlamento alemão Wolfgang Rattay/Reuters

O Parlamento alemão aprovou esta sexta-feira a atribuição do novo pacote de resgate financeiro à Grécia com uma expressiva votação a favor de 473 votos a favor contra 100. Mas, da maioria parlamentar do Governo de coligação, notou-se a dissidência de 23 deputados que votaram contra a posição favorável ao empréstimo, de acordo com a Reuters.

Além do partido de coligação no poder, votaram a favor do novo pacote à Grécia os sociais-democratas e Os Verdes, os principais partidos da oposição. Já era esperada a luz verde do Bundestag às alterações do pacote grego, mas a sessão parlamentar reacendeu os receios alemães de uma subida nos custos com o resgate. O ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, teve de gerir as críticas dos deputados à possibilidade de estar iminente um novo perdão da dívida grega.

Dirigindo-se ao Parlamento, Schäuble assegurou que a Alemanha está a fazer “todos os possíveis para manter os custos e riscos da ajuda à Grécia o mais pequenos possíveis”, cita a Reuters. “Os potenciais efeitos da insolvência grega nos outros Estados do euro seriam graves. Na verdade, as consequências seriam imprevisíveis”, disse o ministro das Finanças, que alertou para a possibilidade de a falência grega dar início a um processo do fim da zona euro.

A reunião do Eurogrupo, na passada terça-feira, decidiu um alargamento generalizado nos prazos exigidos à Grécia para o ajustamento orçamental. Os ministros das Finanças da moeda única aprovaram uma extensão de 15 anos para o reembolso dos empréstimos, uma moratória de dez anos para o pagamento dos juros e um corte de 0,1 pontos na comissão dos credores internacionais.

A Alemanha foi a primeira a aprovar o resgate grego. Também os parlamentos da Holanda e da Finlândia devem aprovar em breve as novas condições do resgate à Grécia. Já a França vai incluir a decisão na votação do Orçamento do Estado para 2013.

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