Neo-estalinistas afastados da proposta de novo comité central do PCP

Com uma direcção ligeiramente mais pequena, o PCP iniciou o seu congresso, onde vai reafirmar a linha política que tem seguido nos últimos anos.

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Jerónimo de Sousa rui Gaudêndio

O novo comité central a eleger no sábado pelo XIX Congresso do PCP que se iniciou nesta sexta-feira em Almada vai deixar de fora dirigentes que se enquadravam na linha política que pode ser caracterizada como neo-estalinista e defensora de uma pureza ideológica do marxismo-leninismo. Entre estes nomes destacam-se Filipe Leandro Martins, Ana Paula Henriques, Luís Piçarra e Margarida Aboim Inglez. O PÚBLICO pediu ao gabinete de imprensa do PCP para falar com os quatro, mas tal não foi possível.

Fora do comité central ficará também José Neto, antigo membro da comissão política que, de acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, sai a seu pedido.

A seu pedido saem ainda o dirigente histórico do PCP Domingos Abrantes e dois dirigentes com história que se tornaram conhecidos enquanto representantes institucionais do PCP: Odete Santos, antiga deputada à Assembleia da República, e Sérgio Ribeiro, antigo eurodeputado.

Do órgão máximo de direcção entre congressos que agora passa de 156 para 150 membros saem 30 pessoas, nele entrando 24. Entre os estreantes destaque-se o deputado à Assembleia da República João Oliveira e os eurodeputados Inês Zuber e João Ferreira.

O comité central, que será eleito pelos delegados no sábado, reunir-se-á à noite no espaço do Complexo Municipal dos Desportos Cidade de Almada, para eleger os organismos executivos e o secretário-geral. O cargo de liderança irá continuar a ser ocupado por Jerónimo de Sousa, que foi eleito a primeira vez em 2004.

E será como secretário-geral reeleito que, no domingo de manhã, Jerónimo de Sousa irá fazer o discurso de encerramento do congresso.

Os delegados irão ainda aprovar uma resolução política, documento vulgarmente chamado "Teses no PCP", e alterações ao programa do PCP. 

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