Juros da dívida aliviam com decisões do Eurogrupo

Extensão do prazo para Portugal reembolsar empréstimo está a ter impacto no mercado secundário de dívida. Investidores pedem juros mais baixos pelas obrigações com prazo de dez anos, que baixaram da barreira dos 8%.

Foto
No mercado secundário, os investidores pedem juros de 6,24% pela dívida a dez anos Patrícia de Melo Moreira/AFP

O recuo é ligeiro, mas traduz a primeira reacção nos mercados às decisões da última reunião do Eurogrupo. As taxas de juro das dívidas dos países periféricos estão esta terça-feira a recuar nos principais prazos no mercado secundário (onde são revendidos os títulos de dívida dos Estados), invertendo a tendência ascendente das sessões anteriores.

O alívio é visível nos títulos portugueses, irlandeses, espanhóis e gregos com um prazo de dez anos, embora em todos eles as descidas sejam muito ténue. Nas obrigações portugueses, ainda assim, a correcção dos juros permitiu que os títulos a dez anos descessem de patamar, baixando da linha dos 8% para 7,7%.

A diminuição acontece depois de os ministros das Finanças dos países da moeda única terem chegado a acordo, em Bruxelas, quanto à forma de reduzir a dívida grega, o que beneficiará Portugal e a Irlanda. Por estarem, tal como a Grécia, sob intervenção externa, os dois países terão condições mais favoráveis, beneficiando nomeadamente de uma extensão dos prazos para reembolsarem os empréstimos.

A reacção no mercado secundário foi ainda visível nos títulos portugueses a cinco anos, que baixaram de 6,6% para 6,3%. Nas obrigações a dois anos, registou-se uma redução dos juros de 5,38% para 4,2%.

Pelos títulos de dívida irlandesa com um prazo de dez anos, os investidores pediam 4,5% de juros, enquanto nos títulos espanhóis houve uma redução para 5,62%. As obrigações gregas estavam em queda, mas continuavam em níveis historicamente elevados, com uma redução de 16,5% para 16,2%.

Sugerir correcção
Comentar