Bruxelas pressiona Eurogrupo a acordar solução para a Grécia

Os ministros das Finanças do euro estão reunidos esta segunda-feira em Bruxelas para discutir o caso grego. Comissão quer solução sobre desembolso da tranche do financiamento externo.

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Olli Rehn defende que um acordo é importante para a Grécia e a Europa GEORGES GOBET/AFP

O comissário europeu dos Assuntos Económicos e Financeiros, Olli Rehn, pressionou esta segunda-feira os ministros das Finanças da zona euro a tomarem uma decisão que permita o desembolso de uma tranche do empréstimo à Grécia.

À chegada à reunião do Eurogrupo, em Bruxelas, Olli Rehn considerou que a Grécia “fez o que tinha a fazer” – aprovar um novo pacote de austeridade – e que, agora, é a vez de os responsáveis pelas pastas das Finanças e o Fundo Monetário Internacional (FMI) “fazerem o que devem fazer”.

A situação da Grécia deverá dominar a reunião de ministros das Finanças dos 17 países da moeda única desta segunda-feira, com o objectivo de encontrar uma solução para a redução da dívida pública helénica, condição para que as autoridades gregas possam receber a próxima tranche do empréstimo externo.

“É essencial que possamos tomar uma decisão durante o dia sobre o desembolso” da tranche de 31,2 mil milhões de euros, reforçou o comissário europeu, defendendo que um acordo é importante não só para a Grécia, mas também para a Europa.

O ministro grego das Finanças, Yannis Stournaras, pediu, por seu lado, que os parceiros europeus “assumam as suas responsabilidades” no mesmo tom em que o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker, o fizera na semana passada.

O tema dominou a reunião do Eurogrupo da última terça-feira, à qual se juntaram a directora-geral do FMI, Christine Lagarde, e o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi.

Após uma maratona negocial de mais de 11 horas de reunião, a zona euro e o FMI continuaram sem se entender sobre a forma de reduzir a dívida pública da Grécia. O presidente do Eurogrupo defendeu um adiamento dos prazos para Atenas colocar a dívida pública em 120% do PIB (de 2020 para 2022), cenário rejeitado pelo FMI.

As dúvidas do FMI incluem o prazo adicional de dois anos (de 2014 para 2016) concedido pela zona euro para a Grécia cumprir as metas de redução do défice, o que, segundo cálculos dos credores, gera um buraco de financiamento de 33 mil milhões de euros.

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