Passos Coelho diz que lida bem com a impopularidade

O primeiro-ministro e líder nacional do PSD confia na "inteligência dos portugueses".

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Passos Coelho diz que o PSD tem de “saber ir contra a corrente e manter firmeza” Daniel Rocha

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, afirmou neste domingo no Funchal que não tem “nenhum problema em enfrentar a impopularidade” causado pelas medidas de austeridades que o Governo precisa tomar.

“Posso bem com aqueles que pensam diferente de mim e posso bem com aqueles que acham que estamos a seguir um caminho de austeridade excessiva. Confio muito na inteligência dos portugueses”, declarou Pedro Passos Coelho no encerramento do XIV congresso regional do PSD-Madeira.

Segundo o responsável, o PSD tem de “saber ir contra a corrente e manter firmeza”. O partido e o Governo “não quer alinhar na demagogia e no populismo que nos trouxeram até aqui”, reforçou.

O líder nacional social-democrata também criticou os que defendem a renegociação do acordo com a troika, considerando que essa decisão significaria que o país iria “prolongar por muitos anos um estado de austeridade”.

Numa abordagem à política de coesão europeia, Pedro Passos Coelho apontou os problemas do mau aproveitamento dos fundos comunitários, considerando que “muita gente supôs que se podia viver de forma contínua acima das suas possibilidades e construíram-se muitas infraestruturas que se calhar não eram muito necessárias”.

Para o líder do partido do Governo, quando são anunciadas obras para o futuro, é preciso ter “a certeza que o investimento justifica o rendimento que vão criar”.

“Estamos a meio do programa de ajustamento, estamos a meio caminho de poder dizer à troika: cumprimos e agora vamos tratar da nossa vida”, destacou Passos Coelho, sublinhando que “hoje o grande desafio que Portugal tem é o de conseguir refazer as condições de prosperidade no futuro”.

Sobre o Conselho Europeu, que se realizou no último fim-de-semana, o primeiro-ministro apontou que as negociações indicam ser possível atingir um acordo ao nível dos 27 países na questão do orçamento europeu para o período 2014-2020 no início do próximo ano.

“Portugal e a Madeira precisam desses investimentos”, disse, adiantando que Portugal deixou “claro que se irá bater pelas correções que são necessárias à última proposta apresentada”.

“Não podemos permitir que uma região como a Madeira fique sem 75% do financiamento”, sustentou.

Dirigindo-se ao PSD-Madeira, Pedro Passos Coelho destacou que, passado o momento de divisão eleitoral que opôs Alberto João Jardim e Miguel Albuquerque, “o que interessa é a unidade do partido”.

O líder nacional social-democrata respondeu ainda à exigência de Jardim de uma revisão constitucional, ressalvando que “como não é possível sem os socialistas, não vale a pena perder tempo com fantasmas”.

“Por isso, Alberto João Jardim, independentemente daquilo que o PSD tiver como posição, não se espante que eu não perca tempo a falar da revisão constitucional, o que me interessa é saber dentro dos limites que temos, até onde podemos ir, até onde podemos explorar a capacidade da Madeira resolver os seus problemas sem comprometer os limites constitucionais que hoje temos”, disse.

Assegurando não ter uma “visão desconfiada da autonomia regional”, Pedro Passos Coelho concluiu o discurso de cerca de 45 minutos declarando que o partido nacional saberá ser “muito solidário para que as incompreensões não pesem demasiado” aos sociais-democratas insulares.<_o3a_p>

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