Mais professores em greve do que há oito meses, contabiliza Fenprof

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Professores fizeram greve por causa das mudanças nas suas carreiras João Guilherme/Arquivo

Milhares de escolas encerraram em todo o país, dos jardins-de-infância ao ensino superior. Os professores aderiram mais a esta greve geral do que à anterior, há oito meses. Os números duplicaram, em alguns casos triplicaram, diz a Federação Nacional dos Professores (Fenprof).

Quando comparada com a última greve de Março, Mário Nogueira diz ao PÚBLICO que, desta vez, a contestação se estendeu a áreas que, tradicionalmente, não fazem greve como o 1.º ciclo e o ensino superior. Muitos sectores de universidades e politécnicos estiveram encerrados, nota.

"A Fenprof saúda calorosamente todos os professores, educadores e investigadores que aderiram greve e, assim, revelaram uma forte consciência profissional, contestando, com a sua luta, o caminho de austeridade para que o país está a ser empurrado e que, apesar dos enormes sacrifícios a que obriga os portugueses, se revela como um caminho errado que provoca mais desemprego, mais pobreza e nem sequer leva a que desçam os valores da dívida e do défice", diz a federação em comunicado à imprensa depois desta manhã Mário Nogueira ter dado uma conferência de imprensa em Lisboa.

Os professores manifestaram-se contra o desemprego, as reduções salariais, a retirada dos subsídios, o aumento dos horários de trabalho e a "degradação das condições de trabalho nas escolas". Mas não só, continua a Fenprof, os docentes também decidiram não trabalhar para contestar as "políticas de destruição das funções sociais do Estado que se repercutem de forma violenta na educação e, em particular, na escola pública".

Mas não é só a "ofensiva do Governo contra os direitos e os salários" dos professores que os levou a aderir à greve, os docentes estão "muito preocupados com a destruição da escola pública", reforça Mário Nogueira. "Os professores já perceberam que há um modelo de resposta [protagonizado pelo actual ministro Nuno Crato] que põe em causa a escola pública", acrescenta.

Ao longo do dia, será possível acompanhar os dados de adesão na página de Internet da federação.

Notícia actualizada às 17h50. Foram acrescentadas declarações de Mário Nogueira ao PÚBLICO

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