PS acusa Passos de “submissão e subserviência”

O PS acusou hoje o primeiro-ministro de “submissão e subserviência” à chanceler alemã, de culpar os portugueses pela crise e de não ter “representado” o “consenso” que há em Portugal em relação à necessidade de renegociar com a ‘troika’.

O PS acusou hoje o primeiro-ministro de “submissão e subserviência” à chanceler alemã, de culpar os portugueses pela crise e de não ter “representado” o “consenso” que há em Portugal em relação à necessidade de renegociar com a ‘troika’.

“O Governo mostrou submissão e subserviência. Portugal não precisa de ajuda, precisa de solidariedade. As relações entre estados da União Europeia é uma relação entre iguais”, afirmou o membro do secretariado nacional e porta-voz do partido, João Ribeiro, numa conferência de imprensa a propósito da visita a Lisboa, hoje, da chefe do Governo alemão, Angela Merkel.

O dirigente do PS considerou ainda “inaceitáveis” as declarações de Pedro Passos Coelho sobre Portugal, durante a conferência de imprensa conjunta com Merkel.

“Disse o primeiro-ministro que não podemos culpar o remédio pelo estado do doente, disse que o doente são os portugueses. Está o primeiro-ministro a culpar os portugueses? O primeiro-ministro pede os sacrifícios, falha a receita, tira-lhes o dinheiro e a culpa é dos portugueses?”, afirmou, considerando que Passos Coelho “não está consciente dos problemas do país que governa”.

Mas para o PS, a visita de Merkel foi “também uma oportunidade perdida”, porque “o primeiro-ministro não representou o consenso político e social que existe neste momento em Portugal”, que “atravessa todos os sectores da sociedade portuguesa, da esquerda à direita”, em relação às “condições essenciais para sair da crise” e que passam, afirmou, por ter mais tempo para controlar as contas e pagar a dívida, por conseguir juros mais baixos e por adoptar políticas de crescimento económico e de criação de emprego.

“Representou apenas a sua obsessão pela austeridade custe o custar”, disse João Ribeiro, sublinhando que a renegociação das condições da dívida é “o consenso mais alargado que a sociedade conhece hoje, que mais mobiliza os portugueses para sair da crise e que assegura uma verdadeira concertação social”.

“É aliás o único consenso nacional em cima da mesa”, insistiu, acrescentando: “O primeiro-ministro escolheu reunir consenso com a senhora Merkel, mas era fundamental que começasse a reunir consenso com o país”.

João Ribeiro garantiu ainda que o PS e o secretário-geral do partido, António José Seguro, não foram contactados “de nenhuma forma” para uma reunião com Merkel e lembrou que apesar de ser a chanceler a decidir com quem se encontra, o Governo pode sugerir contactos durante a vista oficial.

Questionado sobre se teria sido importante haver esse contacto, respondeu que a pergunta tem de ser colocada a Merkel e Passos Coelho, “pela própria natureza dos discursos” de hoje.

“O PS não recebeu nenhum convite e regista. Regista sobretudo como isso se confronta com os apelos ao consenso social e político que são feitos em Portugal e fora de Portugal”, afirmou.
 

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