Trabalhadores da RTP acusam estação de ser cúmplice de ganhos indevidos com a TDT

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Foto: Pedro Cunha/Arquivo

A Comissão de Trabalhadores da RTP considera que a estação pública “tem sido cúmplice dos ganhos indevidos que acumulam os operadores da televisão por cabo” no processo de desligamento do sinal analógico e passagem para a Televisão Digital Terrestre.

Os trabalhadores da estação pública de televisão exigem que “todos os canais da RTP” passem “imediatamente” a estar disponíveis em sinal aberto, um objectivo a que querem obrigar o conselho de administração da empresa.

Em comunicado divulgado nesta sexta-feira, a Comissão de Trabalhadores (CT) da estação solidarizou-se com o investigador da Universidade do Minho Sérgio Denicoli – que defendeu nesta semana uma tese de doutoramento sobre a TDT em Portugal, referindo que existem “fortes indícios” de corrupção neste processo. A CT diz que “a RTP é vítima colateral dos danos infligidos ao seu público e está a perdê-lo por esse motivo”.

“Mas até aqui [a RTP] nada tem feito em defesa desses interesses legítimos, próprios e alheios”, sublinham também os trabalhadores da estação pública.

A RTP “tem sido cúmplice por omissão dos ganhos indevidos que acumulam os operadores da televisão por cabo. A cumplicidade consiste em permitir que o visionamento dos canais da RTP continue a ser cobrado pelos operadores do cabo, quando na verdade ninguém deve pagar para ver canais de serviço público (como aliás já acontece nos Açores e Madeira, mas só aí)”, considera a CT.

A CT exige à administração da empresa que consiga encontrar a forma de passar todos os canais da RTP em sinal aberto e sugere que uma decisão assim encontra legitimidade no “incumprimento” por parte da Portugal Telecom do “memorando que obrigava a PT a uma correcta distribuição do sinal, num momento em que já existem milhares de queixas a atestar o contrário”.

“Por todos os motivos - e mesmo se não se provar que existiu algum ilícito -, o memorando tem de ser anulado por incumprimento”, sustenta a CT da RTP, para quem a estação “é parte legítima na luta pela anulação por incumprimento e deve assumir as suas responsabilidades num processo de introdução da TDT, começando por exigir a colocação de todos os seus canais em sinal aberto”.

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