FMI vem “ajudar” Governo a “destruir” funções sociais do Estado, acusa PCP

O PCP defendeu hoje que o FMI está em Portugal para “ajudar o Governo a destruir as funções sociais do Estado” e reiterou que está “nas mãos” dos portugueses “derrotar” o Executivo e sua política.

O dirigente comunista Jorge Cordeiro reagiu, na sede do PCP, em Lisboa à “anunciada presença em Portugal de uma delegação do FMI (Fundo Monetário Internacional) para ajudar o Governo a destruir as funções sociais do Estado e a arruinar mais rápido e definitivamente o país”.

“Os portugueses têm nas suas mãos, com a sua coragem e a sua luta, com uma grande participação na Greve Geral de 14 de Novembro e com a luta de todos os dias, nas empresas e nas ruas, a possibilidade de derrotar este Governo, pôr fim a esta política, rejeitar o pacto de agressão que PSD, PS e CDS subscreveram com a ‘troika’ estrangeira, defender a soberania e independência nacionais, construir a política patriótica e de esquerda capaz de lhes assegurar a vida digna a que têm direito”, argumentou.

Segundo o PCP, “o combate e a rejeição do Orçamento do Estado para 2013 é no momento a mais importante e decisiva condição para derrotar o roubo dos salários e dos rendimentos e o ataque a direitos fundamentais”.

Esse “combate” ao Orçamento destina-se também a “impedir os projectos de venda do país aos interesses do grande capital nacional e transnacional e para pôr fim ao rumo de desastre económico e social a que estão a condenar Portugal”, apontou Jorge Cordeiro.

O ex-presidente do PSD Luís Marques Mendes, disse na TVI24, na quarta-feira à noite, que o Governo está a preparar a reforma do Estado anunciada pelo primeiro-ministro com técnicos do FMI que já estão em Portugal, tendo tido reuniões nos ministérios da Administração Interna e Defesa.

Já hoje, um membro do Governo confirmou à Lusa que o Governo português começou há uma semana um conjunto de reuniões com alguns técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) para preparar a reforma do Estado.

“Estão a ser realizadas reuniões com os ministérios para análise das principais áreas de despesa e para percepção do que pode ser feito em matéria de reformas”, explicou à Lusa a fonte governamental, que precisou que se trata de “uma missão técnica preparatória para a sexta revisão do programa de ajustamento, sobretudo para recolha de informação e realização de um primeiro diagnóstico sobre a composição da despesa pública”, que se iniciou há uma semana.

Na TVI24, Marques Mendes disse que a reforma passará por várias concessões a privados, avançando como exemplos as florestas, centros de saúde e os transportes públicos e implicará rescisões com funcionários ou a mobilidade especial desses trabalhadores da administração pública.

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