O espanhol da era Khadafi que salvou a Líbia

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Pablo Prieto Foto: DR

A Líbia está longe de ser uma potência do futebol mundial. No ranking FIFA, ocupa o 53.º lugar e nem sequer está entre as dez melhores selecções de África (é a 11.ª). Mas no futsal, está bem mais acima na hierarquia (26.º) e é o actual campeão africano. O primeiro adversário de Portugal no Mundial da Tailândia (defrontam-se quinta-feira, às 12h, hora de Lisboa) pode não ter "pedigree" para lutar pelo título ou, sequer, pelo apuramento para a fase seguinte, mas está com mérito na prova e muito deve ao experiente técnico espanhol Pablo Prieto, que qualificou a Líbia para o torneio.

Não será a primeira vez que a Líbia participa num Mundial, mas a primeira experiência, há quatro anos, foi pouco memorável. Ainda empatou no seu jogo de estreia, com o Uruguai, e perdeu os três jogos seguintes, mas sempre por poucos golos. A Líbia, que venceu o Egipto na final do campeonato africano em 2008, é um exemplo de como a modalidade se está a desenvolver no continente, onde mais de metade dos países praticam a modalidade.

Os nomes do jogadores não são familiares para a maior parte das pessoas e é o seu técnico espanhol quem se destaca. Prieto é seleccionador da Líbia desde 2009, contratado por um sobrinho do antigo ditador líbio Muammar Khadafi, e conduziu a selecção à Tailândia, eliminando a África do Sul com um resultado combinado de 10-4 num “play-off”.

Prieto estava em Tripoli quando a revolta contra Khadafi começou e assistiu de perto à violência que assolou o país: “Edifícios destruídos e em chamas, carros abandonados na rua. Tudo destruído, barricadas por todo o lado. Quando se ouvem tiros, pensa-se que não saímos dali vivos”, contava em 2011 quando regressou da Líbia. Um ano depois, continua com o mesmo emprego, mas quem o contratou já não está no poder.

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