CDS desafia Governo a ir mais longe nos cortes das empresas públicas

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Telmo Correia, vice-presidente do grupo parlamentar do CDS-PP Foto: João Matos/Arquivo

O vice-presidente do grupo parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, garantiu esta quarta-feira que o partido irá votar favoravelmente o Orçamento do Estado (OE) para 2013 em nome da estabilidade, mas questionou o Governo sobre a possibilidade de ir mais longe nos cortes de despesa das empresas públicas.

Telmo Correia começou por assegurar ao ministro das Finanças, Vítor Gaspar, de que o CDS-PP – o parceiro da coligação governamental – vai votar favoravelmente o OE para 2013 em nome da “estabilidade”. O deputado centrista deslocou-se hoje à Comissão Parlamentar de Orçamento, Finanças e Administração Pública, da qual não é membro, para participar da audição de Vítor Gaspar, em substituição de João Almeida, que está no estrangeiro.

No entanto, aproveitou para questionar o Governo sobre as opções de política económica por detrás do OE, que têm estado no centro do debate dentro da coligação governamental, com o CDS a defender que o esforço de ajustamento deveria incidir mais no corte da despesa do que no aumento da receita.

“Não será possível ir mais longe, nomeadamente nas empresas públicas”, questionou o vice-presidente do grupo parlamentar do CDS-PP, dando como exemplo as indemnizações compensatórias.

O ministro das Finanças remeteu a palavra à secretária de Estado do Tesouro, Maria Luís Albuquerque, que fez questão de salientar que o esforço de contenção de gastos no sector empresarial do Estado está já a ser considerável, sobretudo no sector dos transportes.

A secretária de Estado defendeu que a situação financeira das empresas públicas é já, no seu conjunto, de “equilíbrio operacional”, apesar da pesada herança de endividamento.

Telmo Correia confrontou também Vítor Gaspar com as recentes declarações da directora-geral do FMI, Christine Largarde, sobre o facto de o impacto da austeridade na economia ser, afinal, maior do que era inicialmente estimado (os chamados multiplicadores orçamentais).

Pegando nas afirmações do FMI de que os países não devem perseguir as metas nominais do défice a todo o custo, o deputado centrista questionou Vítor Gaspar sobre se este tipo de pensamento pode vir a ajudar Portugal no futuro.

O ministro das Finanças respondeu recorrendo também às declarações de Christine Lagarde, que salientou que cada país é um caso específico, que tem de ser analisado por si só.

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