Dois minutos de eficácia para garantir serviços mínimos

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Rodrigo falhou penálti, mas acabou por ser decisivo Foto: Rafael Marchante/Reuters

Num jogo que chegou a estar complicado para o Benfica, a equipa de Jorge Jesus acabou por dar a volta à desvantagem e vencer (2-1) o Beira-Mar. Maxi Pereira e Rodrigo fizeram, na segunda parte, os golos “encarnados”, obtendo uma vitória que deixa a formação da Luz provisoriamente isolada na liderança da Liga e à espera do que saia do FC Porto-Sporting desta noite. A exibição não foi convincente, mas chegou para somar três pontos importantes.

As nuvens sobre o desempenho do Benfica surgiram cedo, e em redor da baliza. Artur Moraes, que chegou ao clube na temporada passada para fazer esquecer Roberto, esteve em destaque pela negativa. O guarda-redes brasileiro que se evidenciou ao serviço do Sporting de Braga, convencendo os dirigentes “encarnados” a contratarem-no para substituir o espanhol, sofreu ontem com o espectro de Roberto.

O treinador Ulisses Morais tinha admitido que o Beira-Mar teria como prioridade na Luz conter o ataque da equipa de Jorge Jesus — fazendo uma comparação com o que os “encarnados” tinham feito a meio da semana frente ao Barcelona (0-2), em jogo da Liga dos Campeões. Mas a equipa aveirense teve mais sorte que o Benfica frente aos catalães. Logo aos quatro minutos os jogadores de Ulisses Morais viram-se em vantagem, na primeira ocasião em que chegaram à área “encarnada”. Sasso aproveitou uma intervenção desastrada de Artur e introduziu a bola na baliza. Era a última coisa de que o guarda-redes precisava, numa semana em que tinha vindo a público reivindicar uma oportunidade na selecção brasileira de Mano Menezes.

O golo sofrido deixou o Benfica atordoado. A equipa de Jorge Jesus tomou conta da bola e instalou-se no meio-campo do Beira-Mar, mas era traída pela sofreguidão na hora de atirar à baliza. Foram particularmente evidentes as oportunidades desperdiçadas na primeira parte pela dupla de avançados, formada por Lima e Rodrigo. O internacional espanhol (que logo aos 45 segundos deixou um aviso a Rui Rego) teve nos pés a ocasião mais flagrante do primeiro tempo. Mas, da marca de grande penalidade — após um lance duvidoso em que Rui Costa considerou falta dentro da área de Collet sobre Maxi Pereira — permitiu a defesa ao guarda-redes do Beira-Mar.

Noutro lance, tinha sido Salvio a acertar no ferro (32’), com um remate de primeira a cruzamento de Gaitán. Por seu lado, os aveirenses andaram sempre longe da baliza de Artur. Uma das excepções deu-se aos 36’, quando Camará (em posição legal) e Jaime (em fora-de-jogo) ficaram sozinhos em frente ao guarda-redes “encarnado”, mas atrapalharam-se um ao outro e não chegou a haver remate.

Sem que o Beira-Mar mudasse de postura — defendia no seu meio-campo com duas linhas muito juntas — percebia-se que o golo do Benfica era uma questão de tempo. Algum nervosismo no início da segunda parte tirou acutilância ao ataque “encarnado”, mas a resistência aveirense foi definitivamente quebrada aos 58’. E foi Maxi Pereira a ir à área contrária fazer o 1-1: a bola cruzada por Melgarejo foi desviada por Salvio e chegou ao defesa uruguaio que, de costas para a baliza, bateu Rui Rego. E passaram apenas dois minutos até que a bola voltasse para o fundo da baliza de Rui Rego. Lima entrou na área e ofereceu o golo a Rodrigo, que colocou o Benfica em vantagem.

Tão depressa como fez o 2-1, a equipa de Jorge Jesus tirou o pé do acelerador. Os dois minutos de ataque incisivo esfumaram-se, mas a tímida reacção do Beira-Mar também não chegava para incomodar a defesa. A partida foi decaindo de qualidade, com as duas equipas a remeterem-se aos papéis que já desempenhavam antes do encontro: o Benfica primeiro classificado do campeonato e o Beira-Mar último da classificação.

Nos derradeiros instantes, a equipa aveirense fez um último esforço para ameaçar a baliza de Artur. A defesa “encarnada” tremeu (incompreensivelmente) e o Beira-Mar ainda sonhou. Mas não era o dia da equipa de Ulisses Morais, que é a única que ainda não ganhou na Liga.

POSITIVO
Rui Rego
Defendeu um penálti no fim da primeira parte, e já antes se tinha destacado com algumas boas exibições.
Rodrigo
Foi duramente repreendido por Jesus no fim da primeira parte: nos primeiros 45’ desperdiçou várias oportunidades, incluindo uma grande penalidade. Redimiu-se no segundo tempo, ao fazer o golo da vitória.

NEGATIVO
Artur
Foi uma noite sem muito trabalho para o guarda-redes do Benfica, mas cuja exibição ficou manchada num dos poucos lances em que foi chamado a intervir. Ele tinha pedido atenção ao seleccionador brasileiro Mano Menezes, mas o “frango” que deu o golo do Beira-Mar não é credencial que se apresente.
Salvio e Gaitán
Exibições pouco inspiradas.

Notícia actualizada às 23h10

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