Seguro: erros do Governo custarão 2500 milhões aos contribuintes

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António José Seguro diz que o Governo "matou a economia" Foto: Enric Vives-Rubio

O líder do PS acusou hoje o Governo de obrigar os portugueses a pagar mais 2500 milhões de euros em impostos em 2013 devido a erros da execução orçamental deste ano.

António José Seguro intervinha no debate das moções de censura ao Governo da autoria de PCP e BE. Colocou números em cima da mesa para apontar os erros da execução orçamental do primeiro semestre deste ano e comparou-os com os primeiros seis meses do ano passado, quando o PS estava no poder.

“Quais são os dados de investimento? No primeiro semestre de 2011 foi de 7,7%, este ano foi de 38,8%. Pode um primeiro-ministro estar contente quando o investimento cai quase 40%?”, questionou Seguro. “Há um ano disse ao país que se cumprisse as medidas de austeridade, conseguiríamos um défice de 4,5%, mas falhou porque é de 6% e dívida é de 119% e estima-se que cresça no próximo ano para 124%”, acrescentou.

Seguro apontou que o Governo conseguiu redução do défice porque retirou dois salários à função pública. E conseguiu uma “redução imensa” do défice externo porque “matou a economia”.

“Se o resultado das suas políticas é mais desemprego e menos economia e se nem sequer consegue cumprir o défice, porque é que insiste na mesma receita?”, questionou o líder socialista.

Antes, Seguro começara a sua intervenção com uma provocação ao primeiro-ministro, perguntando-lhe o que pensa sobre o facto de ter entregue em Bruxelas as novas medidas de austeridade antes as apresentar aos parceiros sociais e ao país, quando criticou o Governo socialista por fazer o mesmo.

Governo "escondeu-se"

Tanto Seguro como Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã acusaram o chefe do Governo de se ter escondido e ter mandado o ministro das Finanças anunciar mais austeridade. Na festa de Verão do PSD, Passos prometera que quando tivesse de dar más notícias ao país, seria ele próprio a fazê-lo. E lembraram que Passos não disse uma única palavra sobre o aumento de impostos anunciado ontem.

“Estão a promover um assalto que é um arrastão fiscal. Nunca ninguém se atreveu a tanto desde o 25 de Abril e ainda não disseram metade”, apontou Francisco Louçã. O líder bloquista não se cansou de dizer que este Governo deve ser demitido. Seja por “gestão danosa da coisa pública” e por “assalto fiscal”, por estar a “esmifrar” os portugueses.

Jerónimo de Sousa afirmou que o Governo “continua a negar o que é evidente: a necessidade da renegociação da dívida. Um dia serão aquelas bancadas [apontou as bancadas da coligação] também a dizer que não podemos pagar”. Para o líder comunista Passos está a “governar à revelia dos trabalhadores, dos reformados, dos jovens” mas também dos que o elegeram, e que um dia o levarão à derrota”.

“Não é para o derrotar, mas para evitar a derrota do país que colocamos esta moção de censura”, avisou Jerónimo.

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