Espanha está pronta para pedir resgate, mas Alemanha pede calma

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Olli Rehn (à esq.) com o ministro da Economia, Luis de Guindos, esta segunda-feira Dominique Faget/AFP

Espanha está pronta para pedir um resgate financeiro já na próxima semana, mas a Alemanha defende que deve ser adiado, confirmaram esta segunda-feira vários responsáveis europeus à agência Reuters.

“Os espanhóis estavam algo hesitantes mas agora estão prontos para pedir ajuda”, disse esta segunda-feira um alto responsável europeu. Outras três fontes da zona Euro confirmaram à Reuters esta mudança de posição do Governo espanhol.

Porém, o ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, sublinha que Espanha está a dar todos os passos certos para superar os seus problemas fiscais e que não precisa de um resgate, argumentando que os investidores reconhecerão as reformas que já foram postas em curso.

Vários diplomatas europeus e um alto responsável alemão disseram, em privado, que a chanceler Angela Merkel prefere por ora evitar novos pedidos de resgate individuais. “Não faz sentido enviar decisões iminentes sobre a Grécia, Chipre e possivelmente também sobre a Espanha para o Bundestag (parlamento federal alemão) uma por uma”, disse essa mesma fonte alemã. “Faz sentido juntá-las, tanto pela substância como politicamente.”

Questionado sobre as notícias de que a Alemanha estava a pedir a Espanha para esperar, um porta-voz do Governo alemão disse à Reuters que “cada país decide por si” e que “a Alemanha não está a pressionar no sentido de uma decisão ou de outra”. E uma porta-voz do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse não ter conhecimento de qualquer intenção da Alemanha de vetar um pedido de ajuda.

Horas antes, o comissário para os Assuntos Económicos e Financeiros, Olli Rehn, dissera que a Comissão Europeia está "preparada para actuar" caso o Governo espanhol decida pedir um resgate financeiro internacional.

Em Madrid, onde esta segunda-feira se reuniu com o Presidente do Governo espanhol, Mariano Rajoy, e o ministro da Economia, Luis de Guindos, Olli Rehn elogiou os "bons progressos" do país, mas aumentou ao mesmo tempo a pressão sobre Espanha, ao defender a implementação de mais medidas.

“A Comissão Europeia estará sempre ao lado de qualquer país que solicite apoio”, referiu. Mas sublinhou que o Executivo espanhol não fez qualquer pedido de intervenção externa.

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