BE desafia todas as forças da oposição para moção de censura

O coordenador do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, convidou todas as forças políticas da oposição para uma convergência na apresentação de uma moção de censura ao Governo.

“Queremos que haja uma posição de força das oposições” afirmou Louçã aos jornalistas após uma reunião da Mesa Nacional do Bloco de Esquerda realizada em Lisboa.

Francisco Louçã admite que a censura ao Governo seja materializada num único texto para a moção ou de várias moções de censura apresentadas em simultâneo.

“Na sequência do agravamento dramático da crise económica e social e da desagregação política do Governo, perante um país que não suporta mais a estratégia de empobrecimento e de sacrifício, o Bloco de Esquerda quer manifestar a sua disponibilidade para a convergência ou a confluência de todas as oposições numa moção de censura, que represente esta voz do país contra o assalto aos salários e o assalto às pensões”, defendeu.

O desafio a PS, PCP e Verdes, que consta de um projecto de resolução aprovado por unanimidade na Mesa Nacional do Bloco, é justificado pelo “momento excepcional” que vive o país, exigindo “de todos a capacidade de tomar medidas excepcionais de aproximação e de decisão”.

“Sabemos que este sinal é de enorme importância para a política portuguesa, que é um convite aberto, desinteressado, mobilizado e que responde ao país. Todos por uma resposta contra a austeridade, todos por uma resposta contra a troika, todos por uma reposta pelos salários e pelas pensões, todos por um país que viva decentemente consigo próprio”, sustentou Francisco Louçã.

O coordenador do BE recordou que para censurar a Guerra do Iraque todos os partidos da oposição apresentaram em simultâneo moções no Parlamento, numa altura em que Ferro Rodrigues era líder do PS.

“Não poremos condições, não poremos texto, manifestamos a nossa disponibilidade e esperamos respostas, que levem em conta a situação de emergência que estamos a viver”, afirmou.

“Nós o que fazemos é mostrar a nossa total disponibilidade, de forma desinteressada e motivada, para haja o que nunca houve em Portugal, que é uma convergência, uma confluência das oposições numa moção de censura”, insistiu.

O Bloco de Esquerda considera que “a única proposta que Portugal espera é a demissão do Governo” porque a continuação da actual política levar a “novos aumentos de impostos a corrigir colapsos financeiros”.

Saudando as manifestações de sábado, o BE assinalou as críticas que uniram “todo o país” contra a Taxa Social Única.

“O primeiro-ministro ficou sozinho e caiu sozinho”, afirmou, recusando as “novas propostas do Governo, que estão agora a ser retomadas de uma forma ainda mascarada, para continuar a retirar, por um brutal aumento de impostos ou por novas taxas e sobretaxas e novos ataques, mais um salário ou dois salários, duas pensões ou dois salários”.

A resolução defende igualmente a “unidade de todo o movimento sindical para uma grande greve geral importantíssima para mostrar que estas medidas não podem continuar a atacar os trabalhadores e os contribuintes” e a disponibilidade do BE para levar ao Tribunal Constitucional as medidas anunciadas.

Notícia actualizada às 19h52
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