Paulo Rangel diz que aumento da TSU “é um erro” e desafia Governo a “reponderar”

O social-democrata Paulo Rangel considerou hoje um “erro” o aumento da contribuição para a Segurança Social dos trabalhadores de 11 para 18 por cento e defende que o Governo precisa de “reponderar” as alterações na Taxa Social Única (TSU).

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, anunciou, há uma semana, mais medidas de austeridade para 2013, incluindo uma descida da TSU para as empresas compensada por um aumento das contribuições (do sector público e privado) para a Segurança Social.

“Fazer esta aparente transferência de rendimentos dos trabalhadores para as entidades patronais, que as próprias, aliás, acham que é errada, penso que é um erro, e que vai, não apenas ter os efeitos negativos que têm sido ditos, mas vai nas próprias empresas (...) criar um factor de alguma crispação também no ambiente empresarial”, declarou Paulo Rangel, em declarações à Lusa.

À margem de um debate que está a decorrer hoje no Porto sobre “Federalismo Europeu: seguir em frente com o sonho europeu”, o ex-candidato à liderança do PSD defendeu que o Governo “devia reponderar” a questão da TSU.

Paulo Rangel recordou que havia um “clima de cooperação muito positivo”, porque entidades patronais e trabalhadores sabiam que ou se salvavam os dois ou se afundavam os dois”, mas reiterou que é “um aspecto negativo” a mexida na Taxa Social Única.

Questionado pela Lusa sobre como viu a entrevista dada pelo primeiro-ministro na quinta-feira à RTP, Paulo Rangel disse que foi uma “entrevista esclarecedora” e “positiva”.

“No fundo deu um enquadramento muito completo a uma declaração que tinha sido cirúrgica na sexta-feira passada, e neste sentido foi muito importante, para os portugueses contextualizarem as medidas. Em todo o caso, a minha posição pessoal é de que o Governo devia reponderar esta questão da TSU”.

Sobre o debate do Federalismo Europeu, o eurodeputado Paulo Rangel, que se assume um verdadeiro federalista, tem dúvidas que os países nórdicos e o Reino Unido aceitem seguir este “caminho federalista”. Rangel também acha que os partidos nacionais devem dar um mandato para uma “constitucionalização”.

“Se formos realmente democratas, a única forma de defender a democracia é através do Federalismo. O Federalismo é o caminho para a democracia num espaço grande”, declarou.

Sugerir correcção
Comentar