Patrões e sindicatos dos Açores unidos contra medidas anunciadas pelo Governo

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Patrões e sindicatos dos Açores defendem a criação de “emprego sustentável” Paulo Ricca

A Câmara de Comércio e Indústria dos Açores (CCIA), a Associação Agrícola de S. Miguel (AASM) e a UGT/Açores exigiram esta quarta-feira a “revisão” das medidas de austeridade anunciadas pelo Governo, que consideram ser especialmente penalizadoras para a região.

Numa declaração conjunta divulgada em Ponta Delgada, na sessão pública de apresentação de um manifesto comum em defesa da “sustentabilidade do emprego com organizações competitivas”, as duas associações patronais e a central sindical consideram que as medidas anunciadas pelo primeiro-ministro “conduzem a uma brutal diminuição dos salários e pensões”, com reflexos numa “redução imediata do consumo privado”.

As três organizações defenderam ser necessário, “em diálogo e concertação social, encontrar um conjunto alternativo de medidas de carácter estrutural de racionalização da despesa pública, que permita a implementação de políticas de crescimento económico e social e de criação de emprego sustentável”.

O presidente da CCIA, Mário Fortuna, frisou que “não se pode ser insensível” perante “políticas que penalizam mais uma vez o mercado interno”, do qual a economia açoriana está particularmente dependente.

“O Governo deveria antes agir para reduzir as despesas de sectores do Estado que se têm revelado como enormes consumidores de recursos”, defendeu.

O manifesto subscrito pela CCIA, AASM e UGT/Açores alerta para a necessidade de se reequacionarem “muitas das intervenções públicas” no arquipélago, defendendo a necessidade de serem rejeitados “projectos de investimento decorativos, não reprodutivos”.

No domínio da política de emprego, o documento sustenta que terá de ser transformada numa “política de educação e formação”, direccionada para a “competitividade”.

Na apresentação do manifesto, aberto à subscrição de outras entidades, o presidente da UGT/Açores, Francisco Pimentel, considerou que “não se combate o desemprego só com políticas de conjuntura”, frisando que são necessários “investimentos no sector reprodutivo”.

Francisco Pimentel afirmou que o manifesto demonstra a “capacidade dos parceiros sociais de por as suas preocupações em conjunto”, revelando disponibilidade para o “diálogo e concertação” necessários para enfrentar os problemas.

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