Emmanuel Nunes "merece ficar no Panteão Nacional"

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António Jorge Pacheco recorda sobretudo "o amigo que partiu" Fernando Veludo/NFACTOS

O director artístico da Casa da Música defendeu que "o Governo deveria fazer o possível" para que os restos mortais do compositor Emmanuel Nunes, que morreu eeste domingo, em Paris, fiquem no Panteão Nacional.

António Jorge Pacheco considera que esse é o lugar que Emmanuel Nunes merece, dizendo que "desapareceu hoje uma das grandes figuras da cultura portuguesa, da música internacional" e "neste momento aquilo que há a fazer é continuar a honrar a sua memória, a ouvir a sua música e a divulgar a sua obra".

Contactado telefonicamente pela agência Lusa, o director artístico mostrou-se emocionado porque, conhecendo o compositor há uma década, teve "o privilégio de, entretanto, ter a amizade dele e conviver com ele, uma das mentes mais brilhantes e das pessoas mais extraordinárias" que conheceu. E adiantou: "Neste momento só consigo sobretudo pensar no amigo que partiu."

O director artístico da Casa da Música considera que, apesar de o nome de Emmanuel Nunes ter gozado de uma consagração no estrangeiro, não houve "défice de reconhecimento em Portugal onde a sua música, sobretudo na última década, foi tocada com frequência".

Para António Jorge Pacheco, "a Casa da Música nesse aspecto cumpriu o seu papel, fez o que tinha a fazer, e ele pôde vir frequentemente ao Porto, dar seminários de composição, tornando a sua presença regular. “É para mim um consolo saber que, em vida, fizemos aquilo que nos competia fazer", afirmou ainda.

A última vez que esteve com o compositor foi "em Março passado, quando o Remix tocou uma obra sua na Filarmónica de Berlim", e lembrou: "Foi um momento alto, para o Remix e para o Emmanuel. Testemunhámos o aplauso entusiasta daquele público, que é um público conhecedor."

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