MPLA diz que resultados permitem "garantir a estabilidade" do país

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Os resultados preliminares anunciados neste sábado dão cerca de 75% ao MPLA Stephane de Sakutin/AFP

Os resultados das eleições gerais de sexta-feira em Angola "servem os objectivos" do MPLA e garantem a estabilidade de Angola, disse à agência Lusa o porta-voz do partido maioritário.

Rui Falcão referia-se aos resultados provisórios divulgados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) – que voltam, tal como nas legislativas de 2008, a dar o primeiro lugar ao partido no poder – quando estão contados mais de dois terços dos votos.

"A nossa meta é obter um resultado que nos permita garantir a estabilidade e assegurar o crescimento e desenvolvimento" de Angola, acrescentou Rui Falcão.

O MPLA obteve 81% nas legislativas de 2008; este ano, com 60% dos votos apurados, segue à frente com 74%.

Oposição é "manta de retalhos"

Ao comentar os resultados da UNITA e da novidade neste escrutínio protagonizada pela Coligação Ampla de Salvação de Angola (CASA-CE), o porta-voz do MPLA respondeu que se trata de um "problema interno" daquelas duas formações partidárias.

A UNITA deverá repetir o segundo lugar de há quatro anos, enquanto a CASA-CE – liderada por Abel Chivukuvuku, dissidente da UNITA e antigo delfim de Jonas Savimbi – ficará no terceiro lugar, apesar das expectativas que chegou a alimentar de ultrapassar o partido do Galo Negro.

"Não há actores novos nestas eleições. Há é um novo actor colectivo. A CASA-CE é constituída por militantes expulsos de outros partidos ou provenientes de outras formações entretanto extintas", considerou Rui Falcão.

Quando estão contados mais de dois terços dos votos, os dados da CNE atribuem menos de 5% à coligação de Chivukuvuku.

"É uma manta de retalhos. Desempenhou nestas eleições o mesmo papel que o do PRS [Partido de Renovação Social] nas eleições de 1992", acrescentou.

Quanto à UNITA – que poderá passar os 10% alcançados em 2008, para 17% –, Rui Falcão disse que até prefere que o líder deste partido continue em funções. "O que eu quero mesmo é que Isaías Samakuva continue líder da UNITA por muito mais tempo", rematou.

Casa-CE admite contestar resultados

Entretanto, a CASA-CE, de Abel Chivukuvuku, admite a possibilidade de não reconhecer os resultados da votação. Numa declaração à imprensa, sem direito a perguntas, neste sábado à noite, em Luanda, Abel Chivukuvuku disse que, "por má-fé ou de forma propositada", não foi permitido à sua coligação ter delegados de lista em todas as assembleias eleitorais do país, embora tivesse "capacidade humana" para isso.

A CASA-CE diz que vai conferir os dados oficiais com as suas actas, "especialmente em Luanda", e "em tempo útil" fará uma declaração final.

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