Sindicato acusa Metro Sul do Tejo de “intimidar” trabalhadores para não fazerem greve

O presidente do Sindicato Nacional dos Maquinistas (SMAQ) acusou hoje a administração da Metro Sul do Tejo de estar a “intimidar e a pressionar” os trabalhadores para não aderirem à greve que se inicia na sexta-feira de manhã.

No entanto, a empresa rejeita as acusações e afirma o enquadramento legal de todas as iniciativas.

“É uma atitude de intimidação aos trabalhadores que não tem qualquer fundamento e é ilegal”, disse António Medeiros à Agência Lusa.

Em causa está um e-mail da empresa enviado ao SMAQ, no qual afirma que a posição do sindicato coloca os seus associados “em risco de sanções disciplinares futuras”.

Afirmando que esta “é a primeira vez” que a empresa “avança com este tipo de atitude”, António Medeiros disse que “serve para intimidar” os funcionários.

O presidente do SMAQ criticou ainda a Metro Sul do Tejo, cujas composições circulam nos concelhos de Almada e do Seixal, por a empresa não aceitar os nomes dos trabalhadores designados pelo sindicato para os serviços mínimos e querer designar outros.

“O direito à nomeação dos trabalhadores é do sindicato. Tem de aceitar. É ao sindicato que compete designar. Essa atitude da empresa é uma intromissão numa área exclusiva do sindicato, tal como consta do despacho do ministro. É uma ilegalidade que ultrapassa o imaginável”, frisou o presidente do SMAQ.

Os maquinistas do Metro Sul do Tejo vão iniciar na sexta-feira uma greve parcial que se prolongará até 3 de Setembro para exigir a negociação do acordo de empresa, o subsídio de transporte, a escala do serviço nocturno e as condições e a segurança no trabalho.

Em declarações à Lusa, António Medeiros reafirmou hoje que o sindicato continua disponível para negociar com a empresa de forma a resolver os problemas profissionais.

Contactada pela Lusa, fonte da Metro Sul do Tejo “repudia as acusações do sindicato e assegura que todas as iniciativas tomadas têm enquadramento legal”.

“O sindicato escalou para o cumprimento dos serviços mínimos trabalhadores que efectivamente não o podem fazer -- colaboradores de férias e de baixa médica. Perante esta situação e ao abrigo do n.º 7 do artigo 538 do Código de Trabalho, a MTS escalou colaboradores aptos a cumprirem os serviços mínimos”, esclarece.

De acordo com o pré-aviso de greve entregue à administração da Metro Sul do Tejo e ao Ministério da Economia e do Emprego, as paralisações vão ocorrer entre as 22h e as 3h durante todo o período e entre as 7h30 e as 9h30 no dia 24 de Agosto e de 27 a 31 de Agosto.

Esta é a segunda greve que os maquinistas do Metro Sul do Tejo realizam este ano.

A 1 de Agosto, iniciaram uma greve de um mês às horas extraordinárias e aos feriados para contestar o pagamento do trabalho suplementar e o subsídio de transporte, entre outros.

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