Dani Pedrosa foi o mais rápido em Indianápolis, Stoner foi o mais destemido

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Pedrosa conseguiu a segunda vitória da época Foto: Pat Cocciadiferro/Reuters

A confirmação chegou quando Casey Stoner, na noite de sábado, recebeu o resultado dos exames a que foi submetido no hospital: pequenas fracturas no tornozelo, tíbia e perónios direitos, bem como uma rotura de ligamentos no tornozelo do mesmo pé. A qualificação para o Grande Prémio de Indianápolis tinha sido madrasta para vários pilotos, mas o australiano tinha tido menos sorte que os outros. Esteve em dúvida para a prova, mas decidiu correr. Partiu em sexto, terminou em quarto. Foi uma espécie de triunfo da coragem, porque a verdadeira vitória no circuito de Indianápolis coube ao espanhol Dani Pedrosa.

É certo que Stoner ficou mais longe de se despedir do MotoGP com outro título (tem agora 39 pontos de desvantagem para Jorge Lorenzo), mas deu mais uma prova de resistência, só ao alcance de grandes campeões. O autraliano, campeão em título, foi infiltrado com analgésicos antes da prova, de forma a conseguir suportar melhor a dor, e utilizou no pé direito uma bota especial, para ter uma protecção-extra.

A coragem de Stoner valeu-lhe não ficar em branco em Indianápolis, mas a luta pelo título de MotoGP parece cada vez mais reduzida a dois: Dani Pedrosa e Jorge Lorenzo. O espanhol da Honda conseguiu nos EUA a segunda vitória da época (a 17.ª no MotoGP) e reduziu para 18 pontos a distância que o separa do compatriota da Yamaha.

A vitória de Pedrosa, de 26 anos, culminou uma fim-de-semana quase perfeito do espanhol. O piloto da Honda arrancou melhor do que todos os outros, mas depois foi ultrapassado pelo norte-americano Ben Spies. Só que o espanhol regressaria à liderança, para não mais a largar até final.

Spies teve depois de abandonar por problemas mecânicos e o grande beneficiado foi Jorge Lorenzo, o líder do campeonato, que curiosamente mostrou sempre um andamento muito abaixo do de Dani Pedrosa. Ainda assim, o piloto da Yamaha controlou os danos e terminou em segundo lugar, arrecadando pontos preciosos quando faltam sete provas para o fim do campeonato.

O italiano Andrea Dovizioso (Yamaha) venceu o duelo com Stoner e completou o pódio, enquanto o compatriota Valentino Rossi não foi além do sétimo lugar.

O domínio espanhol estendeu-se também às categorias inferiores. Em Moto2, Marc Márquez reforçou a sua condição de líder do Mundial, ao conquistar a quinta vitória em dez corridas. Apesar de partir atrás do compatriota Pol Espargaró, o jovem espanhol venceu a corrida com quase seis segundos de vantagem e está agora a 39 pontos de distância de Espargaró e a 52 do italiano Andrea Iannone.

Em Moto3, Luis Salom, de apenas 21 anos, conseguiu a primeira vitória da sua carreira, ao bater na última volta o alemão Sandro Cortese e o espanhol Maverick Viñales. Este caiu e viu a desvantagem no Mundial aumentar para 29 pontos em relação a Cortese.

Em bom plano esteve o português Miguel Oliveira, que conseguiu a segunda melhor classificação da temporada. Depois do terceiro lugar na Catalunha, o português foi agora quarto em Indianápolis, numa corrida em que partiu do 11.º lugar.

“Acho que é um bom resultado para mim e para a equipa. Estou bastante contente”, disse o piloto. “Penso que começámos a segunda metade do campeonato da melhor maneira possível e isto vai dar-nos muita força para encararmos a próxima corrida”, acrescentou Miguel Oliveira, que é 11.º com 52 pontos. As motos voltam à pista no próximo fim-de-semana, em Brno (Rep. Checa).

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