Grupo Mello e fundo Arcus passam a controlar 85% da Brisa

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O grupo Mello e o fundo Arcus já eram os maiores accionistas da Brisa Foto: Paulo Ricca

O grupo José de Mello e o fundo britânico Arcus passam a controlar 84,817% do capital da Brisa, depois da conclusão da oferta pública de aquisição (OPA) que as duas empresas lançaram sobre a concessionária rodoviária. Para já, a empresa mantém-se cotada na bolsa de Lisboa, mas sai do PSI-20.

Os resultados da operação foram divulgados esta tarde pela Euronext Lisboa. Para ficar com as acções que ainda não detinha na Brisa, a Tagus (a oferente, formada pelo grupo Mello e o fundo britânico) paga cerca de 584 milhões de euros (ao preço de 2,76 euros por título, mais dez cêntimos do que ofereceu na primeira contrapartida apresentada).

Embora fiquem com 84,817% do capital, os dois grupos assumem 92% dos direitos de voto da concessionária. A diferença resulta do facto de haver 7,873% de capital da Brisa que equivale a acções próprias, fazendo com que a participação do grupo Mello e do fundo Arcus corresponda a mais direitos de voto.

As acções da Brisa vão continuar a estar cotadas em bolsa, mas a empresa deixa de estar presente no PSI-20 na sequência desta operação (sexta-feira será o último dia presente no principal índice da bolsa de Lisboa).

Na OPA da Brisa, houve ainda 7,31% de títulos que não foram adquiridos na oferta. Se a Tagus tivesse conseguido ficar com, pelo menos, 90% do capital da Brisa, poderia lançar uma OPA potestativa aos restantes accionistas, com o objectivo de os obrigar a vender as acções, podendo depois pedir a retirada da empresa de bolsa. Como tal não aconteceu, a empresa continua com a qualidade de sociedade aberta.

Segundo a Lusa, o presidente do grupo Mello (e líder da Brisa) avançou que tudo está ainda em aberto. “Em conjunto com os nossos parceiros, vamos equacionar todas as possibilidades”, afirmou Vasco de Mello na apresentação dos resultados da OPA, na sede da Euronext Lisboa.

O grupo Mello e o fundo Arcus já tinham uma participação de 49,57% do capital da Brisa. Durante o prazo da oferta, que decorreu entre 17 de Julho e quarta-feira, adquiriram 211.659.680 acções. No mercado, compraram mais 14.264.989. Após a OPA, ficaram com 508.899.116 acções (que correspondem à posição de 84,817%).

A empresa espanhola Abertis, até aqui terceira accionista da Brisa, vendeu na OPA a posição de 15,02% por 312 milhões de euros, saindo assim do capital da concessionária de auto-estradas portuguesa.

A Brisa está cotada em bolsa há 14 anos. Com a saída do PSI-20, este passa a ter na sua composição apenas 18 empresas até Setembro, altura em que vai ser feita uma revisão intercalar. Também a Cimpor deixou de pertencer ao índice depois da OPA da Camargo Corrêa, finalizada a 20 de Junho.

Notícia actualizada às 19h32

Acrescenta a referência à saída da Abertis do capital da Brisa


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