Bandeiras das missões Apolo continuam firmes no solo lunar

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A bandeira colocada durante a missão Apolo 11 é a única que não se encontra de pé Foto: NASA/ AFP

Vestidos de branco, com um capacete transparente na cabeça, sempre que iam à Lua deixavam uma bandeira espetada, que se tornou um símbolo da história espacial. Foram seis as bandeiras enterradas por astronautas norte-americanos na superfície lunar, mas a questão que se impunha era se ainda se manteriam em pé. A incógnita chegou ao fim com uma sonda da NASA que observou as sombras e confirmou que estão todas hasteadas, excepto a da missão Apolo 11 que se terá queimado pelos motores da nave espacial.

Umas imagens captadas pela sonda espacial Lunar Reconnaissance Orbiter (LRO) da NASA confirmaram que a maioria das bandeiras colocadas durante as missões tripuladas à Lua continuam de pé.

“As imagens da LRO permitem-nos afirmar que as bandeiras americanas continuam de pé e a fazer as suas sombras. Todas, menos a espetada na Apolo 11”, escreveu o investigador da NASA Mark Robinson no blogue da LRO.

A câmara da sonda gravou, em momentos diferentes, cada bandeira espetada no solo lunar e a prova irrefutável de que elas não se desintegraram surgiu através das sombras que se alteravam em função da chegada da luz solar. Depois de algumas investigações inconclusivas, círculos de sombra foram detectados em redor do local onde se tinha a indicação de que as bandeiras tinham sido espetadas.

A única que já não se encontra de pé foi justamente a primeira a ser hasteada, a 21 de Julho de 1969 (ainda dia 20 nos Estados Unidos), por Neil Armstrong e o seu companheiro de aventuras Buzz Aldrin, num acontecimento a que assistiram, em directo, 600 milhões de pessoas.

A bandeira acabou por tombar quando o módulo lunar Eagle abandonou a Lua ao encontro do módulo de comando Columbia que se encontrava em órbita e deverá ter sido queimada pelos motores da nave.

Se antes, alguns cientistas e o próprio Mark Robinson consideravam as condições atmosféricas na Lua demasiado adversas, com enormes alterações de temperatura ao longo do dia, que, provavelmente, destruiriam o nylon das bandeiras, agora essa hipótese foi finalmente afastada.

Apesar disso, as imagens não revelam o estado actual das bandeiras. “Na Terra, as cores e os estampados das bandeiras degradam-se pela luz do sol, por isso é muito provável que estes símbolos se tenham esfumado ou tingido de branco pela radiação ultravioleta ou a exposição directa dos raios solares na superfície lunar, tendo alguns começado a desintegrar-se fisicamente”, publicou o cientista lunar Paul Spudis no blogue Air&Space, em 2011.

As fotografias captadas pela sonda LRO permitiram ainda recolher novos pormenores dos locais onde alunaram as missões Apolo seguintes que, entre 1969 e 1972, puseram 12 homens na Lua. Foram, igualmente fotografados os objectos que os tripulantes abandonaram no solo lunar e as suas pegadas que, até hoje, se mantêm intactas devido à ausência de atmosfera e de vento.

Com maior ou menor estado de degradação, sabe-se, pelo menos, que as bandeiras se encontram de pé. Parecem estar a esvoaçar - o que é impossível, devido à inexistência de atmosfera -, graças a um pequeno braço telescópico que está ligado às suas hastes e as mantém esticadas.

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