Mario Monti critica países nórdicos que minam credibilidade europeia

Foto
Monti, neste domingo, no sudeste de França Foto: Gerard Julien/AFP

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, criticou neste domingo certos países “nórdicos” que minam “a credibilidade” das decisões da zona euro e apelou à aplicação rápida das decisões tomadas para resolver a crise.

Mario Monti, falava à imprensa à margem dos Encontros Económicos de Aix-en-Provence (Sudeste de França) e sublinhou por outro lado a necessidade de as decisões da cimeira serem “traduzidas em termos operacionais pelo Eurogrupo rapidamente”.

O Eurogrupo, que agrupa os ministros das Finanças dos países da zona euro, reúne-se segunda-feira e, novamente, a 20 de Julho.

Na cimeira de 28 e 29 de Junho, os países da zona euro decidiram flexibilizar os fundos de ajuda para os “bons alunos” da disciplina orçamental, como a Itália, sujeitos a taxas de juro elevadas.

O conselho decidiu também criar um supervisor bancário único, para depois permitir aos fundos europeus recapitalizarem directamente os bancos em dificuldades, nomeadamente espanhóis, sem sobrecarregar a dívida do país em causa.

As decisões permitiram uma baixa das taxas de juro mas, dias depois, face às reservas levantadas por países como a Finlândia e a Holanda a algumas das decisões – nomeadamente o resgate europeu a bancos espanhóis e italianos –, as taxas voltaram a subir.

Essa subida deveu-se, segundo Monti, a “declarações inapropriadas desta ou daquela autoridade política de Estados membros nórdicos com o objectivo, ou pelo menos a consequência, de reduzir a credibilidade do que o conselho decidiu por unanimidade”.

O primeiro-ministro italiano lamentou que seja assim possível “desfazer unilateralmente o que foi feito e construído com muito esforço conjunto”.

Numa altura em que o efeito de acalmia nos mercados das decisões do conselho europeu de 28 e 29 de Junho parece desvanecer-se, com as taxas de juro pagas por Itália e Espanha a voltarem a subir nos últimos dias, as críticas de Monti parecem ser dirigidas à Finlândia e à Holanda, que depois da cimeira manifestaram reservas quanto a decisões como o resgate europeu a bancos espanhóis e italianos.

Sugerir correcção
Comentar