Pilotos da TAP desconvocam greve de nove dias

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Foto: Fernando Veludo

Negociações entre a administração e o sindicato, com intervenção do Governo, levaram à suspensão dos protestos, que começariam já esta quinta-feira, afectando cerca de 307 mil passageiros.

Os pilotos da TAP decidiram cancelar a greve de nove dias que tinham convocado e que iria ocorrer de 5 a 8 de Julho e de 1 a 5 de Agosto. Tal como o PÚBLICO noticiou, os trabalhadores e a administração tinham vindo a negociar um entendimento para evitar que esta paralisação se concretizasse.

Um comunicado enviado pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) esclarece que a decisão foi possível graças ao “diálogo que se construiu nos últimos dias”, acrescentando que é “resultado de um entendimento alcançado entre os pilotos e a administração da TAP, através da importante mediação do Governo”.

De acordo com o sindicato, a contrapartida do cancelamento desta greve é “a criação de um grupo de trabalho tripartido para a resolução dos problemas que motivaram a greve”. O SPAC convocou esta paralisação porque exigia o afastamento do director de operações de voo e do piloto chefe da transportadora aérea e ainda a anulação de faltas injustificadas e de sanções aplicadas pela companhia de aviação pela recusa em substituir serviço de simulador por horas de voo.

De acordo com estimativas da TAP, os protestos iriam obrigar ao cancelamento de 2070 voos e iriam afectar cerca de 307 mil passageiros. A companhia de aviação calculava que iria sofrer prejuízos de 65 milhões de euros, fruto da perda de receitas e dos custos extraordinários com reprogramação de voos e assistência aos passageiros.

No comunicado enviado às redacções, o SPAC diz “lamentar o estado a que chegou a TAP” e “ter de recorrer à greve para que os seus alertas sejam atendidos”. E acrescenta que “os pilotos não estão a fazer exigências materiais, nem a greve tem qualquer relação com a privatização” da empresa, que está calendarizada para este ano.

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