Moody’s alerta para riscos e corta rating a 15 bancos globais

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O rating do Bank of America fica a dois níveis de “lixo” financeiro Foto: Emmanuel Dunand/AFP

A exposição do sector financeiro aos riscos do mercado de capitais levou a agência de notação Moody’s a fazer um corte de rating em série a 15 bancos globais. Entre eles estão instituições norte-americanas, como o Bank of America ou o Goldman Sachs, e de vários países europeus, entre os quais a Alemanha e França. A primeira reacção negativa nas bolsas aconteceu nas praças asiáticas e as europeias abriram em queda.

O corte, anunciado na quinta-feira, abrange cinco bancos norte-americanos (para além daqueles já referidos, incluem-se o Citigroup, o JPMorgan e o Morgan Stanley), um alemão (Deutsche Bank), três franceses (BNP Paribas, Société Générale e Crédit Agricole), três britânicos (Barclays, HSBC – sino-britânico – e Royal Bank of Scotland), dois suíços (UBS e Credit Suisse) e um canadiano (Royak Bank of Canada).

A agência explica numa nota que todos os bancos em causa, aos quais a Moody’s fez uma avaliação do perfil de crédito nos últimos meses, “têm uma exposição significativa à volatilidade e aos riscos inerentes à actividade dos mercados de capitais”.

Com este corte, o Bank of America e o Citigroup ficam com uma nota Baa2, apenas dois níveis acima de uma classificação considerada nos mercados como “lixo” financeiro, ou seja, um patamar em que a nota de crédito da instituição é tida como especulativa.

Em 21 graus de avaliação, o Bank of America e o Citigroup ficam na nona posição. Dois degraus acima, no nível A3, ficam agora o Morgan Stanley e o Royal Bank of Scotland, ou seja, uma posição abaixo do Goldman Sachs, do Deutsche Bank, do Barclays, do BNP Paribas, Société Générale, do Crédit Agricole e do UBS.

A revisão em baixa do rating coloca o Crédit Suisse na posição A1, um degrau abaixo do nível Aa3, onde estão agora classificados o HSBC, o Royal Bank of Canada e o JPMorgan.

A primeira reacção dos mercados de capitais a esta vaga de revisões de rating da Moody’s fez-se sentir nas bolsas asiáticas. Em Tóquio, o índice Nikkei recuou ligeiramente, ao cair 0,29%, enquanto o Topix desvalorizou 0,4%.

A Moody’s explica que todos os bancos a quem cortou o rating estão expostos de forma significativa a volatilidades e têm riscos associados às actividades que desenvolvem nos mercados de capitais. Algumas, sublinha, têm posições relevantes no mercado bancário de retalho a nível mundial e lideram grandes operações de gestão de activos ou actividades especializadas, o que considera poder ser uma mais valia na resistência aos riscos, mas também traz a estas instituições outros riscos associados e “desafios”.

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