Monólogo espanhol cumpre os objectivos e empurra irlandeses para fora do Euro

Fernando Torres bisou
Fotogaleria
Fernando Torres bisou Foto: Leonhard Foeger/Reuters
David Silva festeja o golo que marcou à República da Irlanda
Fotogaleria
David Silva festeja o golo que marcou à República da Irlanda Foto: Gabriel Bouys/AFP
Fàbregas entrou e marcou
Fotogaleria
Fàbregas entrou e marcou Foto: Gabriel Bouys/AFP
Iker Casillas não sofreu qualquer golo
Fotogaleria
Iker Casillas não sofreu qualquer golo Foto: Kai Pfaffenbac/Reuters
Apesar do resultado, os irlandeses não deixaram de apoiar a equipa
Fotogaleria
Apesar do resultado, os irlandeses não deixaram de apoiar a equipa Foto: Gabriel Bouys/AFP
Pedro Proença mostra o cartão amarelo a Robbie Keane
Fotogaleria
Pedro Proença mostra o cartão amarelo a Robbie Keane Foto: Leonhard Foeger/Reuters
A partida decorreu em Gdansk
Fotogaleria
A partida decorreu em Gdansk Foto: Leonhard Foeger/Reuters
Shay Given sofreu quatro golos
Fotogaleria
Shay Given sofreu quatro golos Foto: Juan Medina/Reuters

Desta vez houve um “9”, relva molhada e uma vitória saborosa. A Espanha conseguiu nesta quinta-feira cumprir o objectivo de vencer a Rep. Irlanda por mais de dois golos de diferença, resultado que garantia à “roja” a liderança do Grupo C do Europeu deste ano. Frente a uma equipa irlandesa voluntariosa, mas inofensiva, Fernando Torres brilhou ao apontar dois golos.

Para explicar a intermitente estreia da Espanha no Grupo C do Euro 2012, na partida contra a Itália, os espanhóis seguiram por duas vias: uma parte significativa dos adeptos e da imprensa atirou as culpas para a táctica inicial de Vicente del Bosque, decalcada do Barcelona, onde não houve lugar para um “9”; por outro lado, para o seleccionador e jogadores espanhóis, o responsável pela exibição menos conseguida foi o relvado, que estava “muito seco”, dificultando a habitual rápida circulação de bola.

Embora Giovanni Trapattoni tenha garantido que os irlandeses, ao contrário do que fizeram os seus conterrâneos italianos, não se oporiam à rega da relva antes do jogo, o problema nem se colocou: a chuva miudinha que caiu durante quase todo o dia deixou o tapete no ponto que os espanhóis queriam. A outra questão, presume-se, não foi resolvida com ajuda divina. Del Bosque tinha ameaçado manter a aposta na mesma equipa que jogou contra a Itália, mas desta vez havia mesmo um “9” espanhol na ficha com a constituição das equipas: Fernando Torres.

Entusiasmados com o remate de Cox, aos 2’, que obrigou Casillas à primeira defesa do jogo – única do espanhol na primeira parte –, os mais de 20 mil irlandeses que assistiram à partida na Arena Gdansk cantavam “You’ll never beat the irish”, quando Torres deu razão a quem criticou as opções de Del Bosque contra a Itália: aos 4’, Dunne recupera a bola, mas depois demora uma eternidade para aliviar e é desarmado por Torres que não desperdiça a oportunidade para rematar fortíssimo para o fundo da baliza de Given.

O golo foi o bálsamo que os espanhóis precisavam e, com todo o tempo do mundo e a vantagem no marcador, a “roja” começou a fazer o jogo que tanto gosta, com muita posse e trocas de bolas, transformando a partida num monólogo de 90 minutos. Para a Rep. Irlanda de Trapattoni, que não abdicou do tradicional 4-2-2, pouco havia a fazer a não ser acreditar na inspiração de Shay Given para adiar, ao máximo, o avolumar do resultado. Os irlandeses jogam sempre com um enorme coração, lutam até ao último minuto, têm adeptos fantásticos que nunca desistem de apoiar a sua selecção, mas contra os actuais campeões do Mundo e da Europa, isso não chega.

A precisar de mais dois golos para assumir a liderança no Grupo C, a Espanha teve antes do intervalo uma mão cheia de oportunidades, mas o domínio absoluto dos espanhóis esbarrou em Given. O 1-0 no descanso era, claramente, curto. Tal como na primeira parte, a Espanha demorou apenas quatro minutos para marcar após o recomeço: remate de Xabi Alonso, Given defende para a frente e Silva, à segunda, remata colocado, ao canto. Faltava um golo para chegar à liderança do grupo, que acabou por chegar com toda a naturalidade, apontado novamente por Torres aos 70’.

Com a vantagem de três golos, Del Bosque começou a gerir a equipa: tirou Xabi Alonso, Torres e Iniesta e seria Fàbregas, aos 83’, a fixar o resultado final em 4-0. A Rep. Irlanda, que em toda a partida apenas obrigou Casillas a duas defesas, está fora do Euro 2012. A Espanha apenas precisa de um empate contra a Croácia para se qualificar para os “quartos”.

A FIGURA DO JOGOFernando Torres

A Espanha afinal tem um “9”. O seleccionador Vicente del Bosque desta vez apostou em Fernando Torres de início e o avançado do Chelsea fez o que se lhe pedia contra os irlandeses. Torres marcou dois golos, esteve sempre muito activo e terá conquistado definitivamente um lugar no “onze”. E “El Niño” é um talismã para os espanhóis: a Espanha ganhou 21 dos 22 jogos em que Fernando Torres marcou.


POSITIVOShay Given

O resultado só não foi mais pesado para a Irlanda porque o guarda-redes teve uma noite inspirada. Given foi o único irlandês a sair de cabeça erguida.


David Silva

Contra a Itália tinha sido um dos mais inconformados e voltou a realizar uma exibição muito positiva. É um dos indiscutíveis na equipa de del Bosque.


NEGATIVO
Rep. Irlanda

Dois jogos, duas derrotas e os irlandeses são os primeiros com bilhete de volta a casa após a fase de grupos. É a selecção mais frágil do Euro 2012.


Ficha de jogo

Arena de Gdansk, na PolóniaAssistência: 39.150 espectadores

Espanha–República da Irlanda, 4-0

Ao intervalo: 1-0


Marcadores:


1-0, Fernando Torres, 04 minutos


2-0, David Silva, 49'


3-0, Fernando Torres, 70'


4-0, Cesc Fàbregas, 83'


Espanha

Casillas, Arbeloa, Piqué, Ramos, Jordi Alba, Busquets, Xabi Alonso (Javi Martinez, 65'), Xavi, David Silva, Iniesta (Cazorla, 80') e Fernando Torres (Cesc Fàbregas, 74')

República da Irlanda

Given, O’Shea, Ledger, Dunne, Ward, Whelan (Green, 80'), Andrews, Duff (Mc Clean, 76'), Mc Geady, Cox (Walters, 46') e Robbie Keane

Árbitro: Pedro Proença (Portugal)

Acção disciplinar: cartão amarelo para Robbie Keane (36'), Whelan (45'+1'), Xabi Alonso (54'), Javi Martínez (76') e Ledger (84')


Notícia actualizada às 22h55
Sugerir correcção
Comentar