Merkel elogia Portugal e considera “correcto” o pedido de Espanha para a banca

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Merkel avisa que se Grécia não cumprir confiança na Europa está em causa Foto: Tobias Schwarz/Reuters

A chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou nesta terça-feira “grande respeito” pelas reformas estruturais levadas a cabo em Portugal, na Irlanda e em Espanha para obter mais competitividade, alertando também que a Grécia tem de cumprir os compromissos assumidos.

“Tenho grande respeito pelo que se fez em Portugal e na Irlanda e pelas reformas macroeconómicas que o primeiro-ministro espanhol está a fazer, o que é duro, porque estamos na moeda única e eles não têm possibilidades de desvalorizar as suas moedas, e só podem aumentar a competitividade através de medidas políticas”, disse a chefe do governo alemão nas jornadas económicas dos democratas cristãos (CDU), em Berlim.

Merkel considerou ainda “correcto” que Espanha tenha apresentado um pedido de ajuda para recapitalização dos seus bancos através do fundo de resgate europeu, sublinhando que se trata de um problema que não deriva de reformas macroeconómicas, mas sim de uma bolha imobiliária criada nos últimos dez anos.

Esclareceu, no entanto, que Espanha também terá de cumprir condições para receber o empréstimo do fundo de resgate, embora limitadas à reestruturação da banca.

No que se refere à Grécia, Merkel sublinhou que o que está em causa não é apenas saber se Atenas cumpre ou não o programa de ajustamento financeiro negociado com a União Europeia e com o FMI, mas sim se, no futuro, a Europa de facto cumprirá os seus compromissos.

“Queremos mais Europa, mas uma Europa em que tanto os compromissos financeiros assumidos como o controlo dos mesmos estão nas mesmas mãos, porque não se podem mutualizar as responsabilidades e deixar o controlo na dependência dos Estados nacionais”, advertiu Merkel, voltando assim a recusar a emissão conjunta de títulos de dívida pública, os chamados eurobonds.

A Alemanha, disse ainda a chanceler, “está disposta a ser solidária, mas não a participar em coisas que conduzam a um desastre ainda maior do que aquele que já existe”.

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