Portugal está a fazer bluff

A bola bateu duas vezes no ferro da baliza e Varela teve o empate nos pés. E isso quase confirmou a teoria que, nos dias anteriores ao Europeu, desenvolvi junto de alguns amigos: a selecção andava a fazer bluff. Iam ver o que acontecia com a Alemanha!

Empate com a Macedónia? Não contava. Desaire com a Turquia? Era para fazer crer aos alemães que eram favas contadas. Podiam lá sofrer golos como os da Turquia! Fosse eu adepto de teorias da conspiração e diria até que as críticas de Manuel José ao "circo" que rodeou a selecção eram para enganar incautos. Faziam parte da estratégia.

Até ao minuto 73 do jogo com a Alemanha, Portugal não teve falhas. Mas, subitamente, parece ter sentido necessidade de voltar ao bluff. Sofreu um golo. Para dar sal ao jogo, está bem de ver. Depois disso, ou por causa disso, começou então a mostrar o que sabe fazer.

A reacção ia mostrar que tudo o que estava para trás era a fingir. E confirmar a minha teoria. Foi o que se viu... Em Lviv, perdi como adepto e hipotequei o meu futuro como analista da psicologia futebolística. A minha margem, como a da selecção, é agora estreita. Mas ainda tenho saída. Pelo menos até quarta-feira, dia do jogo com a Dinamarca, vou insistir que Portugal está a fazer bluff, que agora é que vai mostrar aquilo de que é capaz.

Paralelamente, não por superstição, mas em socorro da minha abalada teoria, decidi associar-me a outra ideia que já por aí anda. Chamemos-lhe teoria do "pode ser".

Lembram-se do que aconteceu quando Portugal perdeu o jogo de abertura de um Europeu? Chegou à final. "Pode ser" que agora repita a graça. É verdade que, em 2004, entregou depois o título à Grécia. Mas isso são contas de outro rosário.

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