Relvas admite reunião de trabalho com Silva Carvalho em Março de 2011

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Relvas voltou esta quarta-feira ao Parlamento para responder aos deputados Daniel Rocha

O ministro Miguel Relvas admitiu esta tarde no Parlamento ter tido uma reunião de trabalho com o ex-director do Serviço de Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) Jorge Silva Carvalho em Março do ano passado.

“Em Março de 2011 teve lugar uma reunião de trabalho de negociação entre duas empresas, em que eu e outras pessoas participámos”, confirmou Miguel Relvas numa comunicação lida no início da sua audição na comissão. Pela Finertec, estiveram presentes Braz da Silva, Carlos Dias e Miguel Relvas; pela Ongoing, estavam Nuno Vasconcellos, Rafael Mora, Rita Marques Guedes, Jorge Silva Carvalho e outro representante de quem o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares diz não se recordar.

Esta declaração de Miguel Relvas vem contrariar o que dissera da primeira vez que esteve na comissão, quando afirmou que tivera unicamente encontros fortuitos, de passagem, e durante os quais falaram sobre generalidades políticas.

Miguel Relvas realçou que a sua ligação à Finertec terminou a 5 de Maio. E voltou a reafirmar que conheceu Jorge Silva Carvalho em Abril de 2010, quando já era secretário-geral do PSD e este era director do SIED. Depois disso, Relvas teve “alguns contactos sociais com ele, em locais públicos” quando era vice-presidente do PSD.

Depois de 21 de Junho do ano passado, quando tomou posse como ministro, só se encontraram “uma única vez” em Agosto de 2011, na já falada “festa de aniversário no Algarve, em que participaram dezenas de pessoas”, o que contraria o que Jorge Silva Carvalho contou, por sms, ao porta-voz da Ongoing. Nessa mensagem, o ex-espião, já a trabalhar na empresa de Nuno Vasconcellos, dizia estar a jantar no restaurante "Gigi", tendo Rafael Mora à sua direita e o ministro Miguel Relvas à esquerda.

“Não mantive nenhuma relação estreita com o dr. Silva Carvalho, nem ele foi alguma vez meu consultor”, garantiu hoje Miguel Relvas aos deputados, admitindo também ter recebido algumas mensagens telefónicas do ex-espião, “tendo respondido por elementar deferência social a algumas mensagens”.

Sobre o sms que Jorge Silva Carvalho lhe enviou, a 19 de Maio do ano passado, com os nomes que aquele propunha para os cargos de cúpula dos serviços secretos, Miguel Relvas diz que não respondeu “e elas não tiveram consequências de qualquer espécie”.

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