Fast food está a ser rapidamente devorada pela crise

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Ibersol gere cadeias como Pizza Hut, Pans e Burger King AP Photo/John McConnico

O grupo Ibersol, que detém algumas das maiores cadeias de restauração em Portugal, teve uma queda abrupta de 81% nos lucros no primeiro trimestre e já foi obrigado a fechar três estabelecimentos.

O fast food não está a escapar à crise generalizada no sector da restauração, fruto da perda de poder de compra, da retracção no consumo e do agravamento do IVA. Nos primeiros três meses deste ano, algumas das maiores cadeias de comida rápida no país, detidas pelo grupo Ibersol, registaram fortes quedas nas receitas.

De acordo com os resultados hoje divulgados, a redução global do volume de negócios do grupo (que gere cadeias como a Pizza Hut, a Pans e o Burger King) foi de 11%, passando de 45,5 para 40,5 milhões de euros. A descida foi mais significativa em Portugal, atingindo 14,2%, enquanto se ficou por 1% em Espanha, onde a Ibersol também tem negócios.

Este desempenho negativo foi justificado com o aumento do IVA em Portugal, que o grupo diz só ter “parcialmente repercutido no preço de venda”, bem como pela menor afluência nos centros comerciais e por uma “maior adesão às promoções”, refere a Ibersol.

A redução das receitas teve impactos negativos nos lucros, que caíram abruptamente 81%, ficando-se por 278 mil euros entre Janeiro e Março. Para além da queda na facturação, a diminuição do resultado líquido é explicado com o efeito de não incorporação do IVA nos preços, que a Ibersol diz ter causado custos adicionais de 850 mil euros.

Ainda assim, foi feito um esforço para reduzir as despesas. Os gastos com pessoal diminuíram 13%, sendo que este corte inclui uma revisão “dos planos de incentivos” aos trabalhadores, lê-se no relatório. E os custos com fornecimentos externos caíram 5,2%, apesar “do aumento dos preços da energia, da morosidade na renegociação das rendas e da antecipação de algumas campanhas de marketing”, refere a Ibersol.

Durante o primeiro trimestre, o grupo viu-se obrigado a fechar três unidades em Portugal, gerindo actualmente 313 estabecimentos. Juntando a rede em Espanha, o número sobe para 411, sendo que, destas, 20 funcionam em regime de franchising.

“A situação económica dos dois países onde operamos é preocupante, sendo expectável que a quebra do consumo privado nos próximos trimestres possa situar-se em níveis idênticos ao do primeiro”, refere o grupo, acrescentando que irá continuar com “a política de ajustamentos dos custos à evolução da vendas”.

Enquanto por cá o objectivo é “a intensificação do programa de racionalização e renegociação do custo de utilização dos espaços”, com vista à redução das rendas pagas aos centros comerciais, em Angola a previsão é que a primeira unidade do grupo seja inaugurada no início do próximo semestre, “logo que sejam ultrapassados os derradeiros trâmites administrativos”.

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