O peso das vendas de gasolina, gasóleo e GPL Auto nos postos de abastecimento dos supermercados está a aumentar no total de vendas de combustíveis a retalho. No ano passado, as bombas geridas pelas quatro principais cadeiras de distribuição, onde os preços dos combustíveis são mais baixos do que nas petrolíferas, representaram 20% das vendas.

Os números são da Autoridade da Concorrência (AdC), que acompanhou a evolução do mercado, cruzando, no último relatório trimestral, estes dados com a diferença de preços dos combustíveis vendidos nos postos das petrolíferas e os preços praticados nos postos das “quatro cadeias de supermercados de maior relevância” – que a AdC não identifica.

Nas bombas das empresas de retalho, a gama de combustíveis rodoviários é mais reduzida, mas os preços são mais baixos. A diferença média chegou, no ano passado, aos 13,2 cêntimos por litro no gasóleo e aos 12,7 cêntimos no caso da gasolina sem chumbo 95, refere a AdC no relatório trimestral do sector, hoje divulgado.

Com o aumento da diferença média de preços – menor no final de 2011 do que nos primeiros três meses do ano passado – coincidiu uma perda de mercado para as gasolineiras. Os números com os quais a AdC compara as vendas do ano passado são de 2008. Nessa altura, eram vendidos nos postos das cadeias de retalho apenas 12% do total.

A juntar à estratégia de preços mais baixos nos combustíveis tradicionais (gasóleo e gasolinas sem chumbo 95 e 98), as empresas tentam “atrair os consumidores para as suas superfícies comerciais”, sublinha o regulador.

Já as gasolineiras procuram praticar preços mais altos, “atento o facto de a sua actividade se cingir, em geral, ao sector dos combustíveis”.

A Galp criou em 2010 uma “extensão da sua marca em que pratica preços mais próximos dos supermercados”, mas, nota a AdC, a nova estratégia de preços “limita-se a um só posto”, em Setúbal.