“Estratégia da Galp não vai ser alterada”, diz Ferreira de Oliveira

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Ferreira de Oliveira, presidente da Galp Miguel Madeira

As alterações accionistas que estão previstas para os próximos meses na Galp, com o reforço da Amorim Energia, não se traduzem na mudança da estratégia da petrolífera portuguesa, indicou hoje Ferreira de Oliveira, que se mantém como presidente executivo.

“Há uma absoluta continuidade na estratégia da nossa empresa. Se houvesse uma descontinuidade clara, não aceitaria continuar como presidente desta casa”, afirmou hoje Ferreira de Oliveira, durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre, em conferência de imprensa.

O líder da comissão executiva lembrou que as alterações accionistas “foram suportadas pelos accionistas de referência [Amorim Energia, Eni e Caixa Geral de Depósitos]”. E acrescentou que “não é pelo facto de a Eni e a CGD deixarem de o ser que a estratégia vai mudar”.

A assembleia geral que se realizou na segunda-feira aprovou os novos administradores do conselho de administração, que passou a ter como chairman Américo Amorim, e onde Ferreira de Oliveira continua como presidente executivo. Na comissão executiva, uma das mudanças foi a saída de Fernando Gomes, ex-presidente da Câmara do Porto, e a entrada de Carlos Costa Pina, antigo secretário de Estado do Tesouro do Governo de José Sócrates.

Os resultados líquidos a custos de substituição ajustados do primeiro trimestre cresceram 16,5% no primeiro trimestre, para 50 milhões de euros, com contribuições importantes das áreas de produção e exploração petrolíferas e do gas & power (gás natural e produção de electricidade).

Quanto à área de refinação e distribuição, Ferreira de Oliveira indicou que as margens de refinação continuam sem compensar os custos operacionais, o que se espera que seja ultrapassado quando o projecto de reconversão da refinaria de Sines ficar concluído.

Nas contas da Galp, tanto Sines como Matosinhos deverão começar a operar já com a reconversão concluída durante o próximo trimestre.

Exportações podem quase duplicar

Já as exportações da Galp, se se mantiverem ao ritmo actual de vendas para o estrangeiro, poderão passar de 2,415 mil milhões de euros em 2011 para três a quatro mil milhões no final deste ano, adiantou o presidente executivo. No primeiro trimestre, as vendas ao exterior subiram para 901 milhões de euros, face aos 436 milhões que se tinham registado nos primeiros três meses de 2011. Por outro lado, também as importações de crude deverão aumentar.

De acordo com Ferreira de Oliveira, tendo em conta as importações e exportações movimentadas pela Galp, este ano, o saldo para o país deverá situar-se à volta de 150 milhões de euros. Já num ano normalizado, quando estiver em completa operação a reconversão das refinarias, o presidente executivo estima que poderá chegar-se a um saldo de 400 milhões de euros entre exportações e importações.

Um dos produtos a ter em conta deverá ser o gasóleo, que para já é importado pela Galp, porque a produção é insuficiente, mas em breve começará a ser vendido para o exterior.

Também no gás natural, as operações no mercado internacional cresceram este primeiro trimestre, com uma subida de 7% nas vendas deste produto pela Galp. Em causa esteve o aumento das vendas para o Japão e para o Extremo Oriente e também para a América Latina.

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