Número de desempregados inscritos aumenta 19,8%

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Foram recebidas 7517 ofertas, mais do que em Fevereiro Paulo Pimenta

O número de desempregados inscritos nos centros de emprego do país aumentou, em Março, 19,8% face ao mesmo mês do ano passado. São sobretudo jovens.

Segundo o boletim Informação Mensal do Mercado de Emprego, do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), no final de Março deste ano, estavam inscritos nos centros de emprego 661.403 desempregados, mais 19,8% do que em Março de 2011 e mais 2,1% do que em Fevereiro de 2012.

Ao longo do mês, inscreveram-se nos centros de emprego do país 65.429 desempregados, mais 19,9% do que em Março de 2011 e mais 8,6% do que em Fevereiro.

Os jovens foram a faixa etária que mais se ressentiu com o aumento do desemprego, refere o boletim do IEFP, que dá conta de um aumento de 25,4% do desemprego entre a população até aos 25 anos no mês passado face ao mesmo período de 2011.

No que se refere ao tempo de inscrição nos centros de emprego, foi nos inscritos há menos de um ano que o desemprego mais aumentou (mais 31,6%), ao passo que entre os desempregados de longa duração o aumento em Março foi de 3,9%, em termos homólogos.

Numa análise dos dados em função das habilitações escolares, registou-se um aumento do desemprego em todos os níveis de escolaridade, sendo particularmente elevado no caso dos que detém formação superior (mais 39,8%).

Os Açores foram a região com o aumento do desemprego mais acentuado, de 52,2% , em termos homólogos, seguindo-se o Alentejo (24,3%) e Lisboa e Vale do Tejo (22,8%).

No entanto, comparando os números de Março com os de Fevereiro deste ano, verifica-se que o desemprego aumentou em todas as regiões excepto no Algarve, onde caiu 1,9%. O Alentejo e Lisboa e Vale do Tejo foram novamente as regiões com os aumentos mais acentuados do desemprego entre Fevereiro e Março deste ano (mais 3% e 2,8%, respectivamente).

Comparativamente a Março de 2011, o desemprego aumentou em todas as regiões do país, com destaque para as regiões autónomas dos Açores (48%) e da Madeira (34,8%).

As profissões dos desempregados com maior representatividade em Março, e tendo em conta apenas dados para Portugal Continental, foram as categorias “pessoal dos serviços de protecção e segurança”, “trabalhadores não qualificados dos serviços e comércio”, “empregados de escritório”, “operários e trabalhadores similares da indústria extractiva e construção civil” e “trabalhadores não qualificados das minas, construção civil e indústria transformadora”. No conjunto, estas cinco categorias representavam 52,8% do total de desempregados inscritos nos centros de emprego no mês passado.

Segundo o boletim mensal hoje divulgado, o desemprego aumentou nos três grandes sectores da actividade económica, com destaque para os subsectores das “actividades de consultoria, científicas, técnicas e similares” (mais 34,8%), do “comércio, manutenção e reparação de veículos automóveis e motociclos” (33,9%), da “construção” (29,8%), em termos homólogos.

Por oposição, os únicos dois subsectores que registaram um decréscimo do desemprego em Março (em termos homólogos) foram a “fabricação de veículos automóveis, componentes e outro equipamento de transporte” (menos 9,2%) e a “fabricação de têxteis” (menos 4%).

Mais de 34% dos desempregados inscritos ao longo de Março justificaram a sua inscrição nos centros de emprego com o “fim de trabalho não permanente”, e 21,9% evocou o despedimento.

Quanto às ofertas de emprego, em Março, foram recebidas 7517 ofertas nos centros de emprego, um valor que representa uma queda de 14,3% face ao período homólogo de 2011, mas um aumento de 31,8% face a Fevereiro deste ano.

Em termos de fluxo (ao longo do mês), foram colocados no mercado de trabalho 4.086 desempregados, menos 25,2% do que no mesmo mês de 2011, mas mais 18,1% do que em Fevereiro.

De acordo com os dados divulgados quarta-feira pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), a taxa de desemprego harmonizada em Portugal subiu de 14,8% para 15% entre Janeiro e Fevereiro, sendo apenas ultrapassada por Espanha, que passou dos 23,3% em Janeiro para os 23,6% em Fevereiro.

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