Camargo lança OPA sobre a Cimpor

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Cimpor teve um volume de negócios de 2275 milhões de euros em 2011 Foto: Paulo Pimenta

A companhia brasileira Camargo Corrêa, dona de 32,9% do capital da Cimpor, lançou esta noite uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre as acções que ainda não detém na cimenteira.

A oferta, segundo afirmou a empresa em comunicado, é “geral e voluntária”, propondo-se pagar 5,5 euros por acção. Os títulos fecharam nesta sexta-feira nos cinco euros, com a empresa a valer 3,36 mil milhões de euros.

O “objectivo é dotar a Cimpor de uma estrutura accionista estável e de uma estratégia de crescimento forte e eficaz”, disse a InterCement, a participada da Camargo que lançou a OPA.

Segundo o presidente da InterCement, José Édison Barros Franco, pretende-se deste modo facilitar a governação da Cimpor, “fortalecendo a capacidade de decisão e crescimento da empresa, nomeadamente a definição dos seus planos de futuros investimentos”. É uma operação “totalmente alinhada com a estratégia da InterCement e da Cimpor, que pretende desenvolver a sua presença internacional e estar entre as maiores produtoras globais de cimentos”.

A notícia da OPA foi esta tarde avançada pelo Jornal de Negócios, tendo o site do jornal afirmado que a Camargo Corrêa informara as Finanças da sua estratégia. Já o Diário Económico adiantava que a CGD estava disposta a vender os 9,6% que detém na cimenteira.

O banco estatal tem um acordo parassocial com o outro accionista brasileiro, a Votorantim, com quem a Camargo terá chegado a um entendimento (podendo visar a partilha de activos em vários mercados).

A Votorantim é dona de 21,2% da empresa liderada por Francisco Lacerda. Manuel Fino (dono da construtora Soares da Costa) controla outros 10,7%, seguindo-se o fundo de pensões do BCP (10%). Os restantes 15,6% estão dispersos em bolsa.

Tanto a Votorantim como a Camargo Corrêa entraram na Cimpor na sequência de uma OPA lançada pela também brasileira CSN, em Dezembro de 2009. A CSN, que pretendia crescer no sector dos cimentos, acabou por sair derrotada no processo.

Em Julho de 2011, o director de relações institucionais da Camargo Corrêa, Kalil Cury Filho, já admitira à agência Lusa que uma OPA sobre a Cimpor estava em cima da mesa, sendo “uma questão de análise estratégica de mais longo prazo”.

Em 2011, a Cimpor teve um resultado líquido de 198 milhões de euros e um volume de negócios de 2275,3 milhões de euros, com o Brasil a pesar 30,3% no total das receitas.

Notícia actualizada às 21h54

: Acrescenta informação depois da apresentação oficial da proposta preliminar.

Última actualização às 14h40 de dia 31

: Acrescenta informação sobre os objectivos declarados pela Camargo Corrêa.

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