Quim abriu caminho à primeira final da história do Gil Vicente

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Hugo Vieira marcou o primeiro golo do Gil Vicente Foto: Fernando Veludo/nFactos (Arquivo)

Houve dedo dos guarda-redes na decisão do segundo finalista da edição 2011-12 da Taça da Liga. Para bem do Gil Vicente e para azar do Sp. Braga. Quim falhou com o jogo já em contagem decrescente e entregou o protagonismo a Adriano, que travou dois penáltis (2-2 no tempo regulamentar) e conduziu a equipa à primeira final da sua história.

O jogo começou a mexer por acção de dois Hugos. Viana perdeu a bola a meio-campo para César Peixoto, que lançou Vieira para o 1-0, na sequência de um chapéu de último recurso sobre Quim. Nuno André Coelho teve receio de cometer falta e o avançado do Gil agradeceu a liberdade.

Foi aos 16’. Aos 23’, Hugo Vieira sofreu falta quando se escapava para a baliza bracarense. O árbitro teve entendimento diferente e o número 70 acabou por ver um amarelo por protestos. Logo a seguir, caiu o empate no Estádio Cidade de Barcelos. Eram dois avançados do Sp. Braga contra cinco defesas da casa, mas a minoria levou a melhor: tabela entre Lima e Mossoró, com o goleador a emendar para a baliza. Cláudio, que foi companheiro de Lima no Vizela, na II Divisão B, em 2003-04, bem pressionou o adversário mas assistiu ao empate já sentado no relvado.

Foi do lado esquerdo do ataque bracarense que nasceu o golo do empate e, como o Gil não aprendeu à primeira, os visitantes repetiram a fórmula aos 30’. Halisson falhou a intercepção num primeiro momento, travou o remate de Lima numa segunda ocasião, mas já não teve tempo para reagir à recarga de Hélder Barbosa.

Obrigado a responder, o Gil Vicente expôs-se mais ao risco, especialmente no segundo tempo. Subiu as linhas e o Sp. Braga foi espreitando o contra-golpe sempre que pôde. Foi isso que aconteceu aos 73’, com Mossoró a fugir com habilidade pela direita, a esperar por Lima e a servi-lo na área. Desta vez, porém, Adriano anulou por duas vezes consecutivas os remates do brasileiro.

Quando o futebol refinado de César Peixoto (foram dele os principais passes de ruptura) deixou o relvado, no momento em que Paulo Alves jogou as últimas cartadas, a equipa da casa começou a atacar mais em quantidade do que em qualidade. Aos 86’, Zé Luís cabeceou para fora à entrada da pequena área e quase chegou a um cruzamento interceptado dois minutos depois.

Mas o coração do Gil valeu mais que a frieza do Sp. Braga, curiosamente mais desgastado do que o adversário, que defrontou o Sporting para a Liga na segunda-feira. E só mesmo o próprio Júnior Caiçara terá acreditado que aquele remate enrolado, de fora da área, passaria por baixo do corpo de Quim, aos 89’.

O erro do guarda-redes adiou tudo para as grandes penalidades (o regulamento da Taça da Liga salta o prolongamento). E nem aí o ex-guardião do Benfica conseguiu redimir-se. Não defendeu um único remate (marcaram João Vilela, Cláudio, Rodrigo Galo e Caiçara), ao contrário de Adriano, que tavou os pontapés de Barbosa e de Ukra. E agendou a final com o Benfica para Coimbra, a 14 de Abril.

Ficha de jogo

Estádio Cidade de Barcelos



Gil Vicente 2 (4)

Adriano, Rodrigo Galo, Halisson, Cláudio, Junior Caiçara, Luís Manuel, André Cunha (João Vilela, 61’), César Peixoto (Éder, 76’), Richard, Luís Carlos (Zé Luís, 46’), Hugo Vieira .

Sp. Braga 2 (2)

Quim, Miguel Lopes, Douglão, Nuno A. Coelho, Elderson, Custódio, Hugo Viana (Djamal, 86’), Mossoró (Édson Rivera, 78’), Hélder Barbosa, Paulo César (Ukra, 65’), Lima. 


Árbitro

Hugo Miguel, de Lisboa.

Golos

1-0, por Hugo Vieira, aos 15’; 1-1, por Lima, aos 25’; 1-2, por Hélder Barbosa, aos 31’; 2-2, por Junior Caiçara, aos 89'.

Grandes penalidades

marcaram Lima, Custódio (Braga) e João Vilela, Cláudio, Rodrigo Galo e Junior Caiçara (Gil Vicente); falharam H. Barbosa e Ukra (Braga).

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