Assembleia geral do Banif não debateu situação de Fátima Roque, viúva do fundador

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Filipe Arruda

O novo presidente do conselho de administração do Banco Internacional do Funchal (Banif), Luís Amado, declarou hoje ao PÚBLICO que a situação de Fátima Roque “não é um problema do banco”.

A ex-mulher do falecido banqueiro Horácio Roque – que reclama o direito à meação do grupo criado pelo marido – não esteve nem se fez representar na assembleia geral que escolheu os novos órgãos sociais da instituição para o triénio 2012-14. A sua participação na administração do banco, também reivindicada na invocada qualidade de accionista com direito a metade da parte financeira do grupo – também “não é uma questão que se coloque ao banco”, acrescentou o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros no governo de José Sócrates e agora chairman do Banif SGPS.

Os accionistas presentes e representados hoje na assembleia geral extraordinária realizada na sede da instituição no Funchal, reunindo cerca de 80% do capital social, aprovaram, sob proposta do accionista Rentipar Financeira, a nova administração do Banif, um dia depois do regulador Banco de Portugal ter aprovado a respectiva certidão de idoneidade. Jorge Tomé, até há pouco administrador da Caixa Geral de Depósitos, foi eleito novo presidente executivo (CEO) do Banif, cuja assembleia geral será presidida por Miguel de Sousa, vice-presidente da Assembleia Legislativa da Madeira e administrador da Empresa de Cervejas.

O conselho fiscal e a comissão de remunerações passam a ser presididos, respectivamente, por Fernando Teixeira de Almeida e por António Gonçalves Monteiro. Teresa dal Fabbro e Paula Cristina, filhas de Horácio Roque, integram o conselho de administração e o conselho superior corporativo. Este novo órgão estatutário, presidido pela primeira, substitui o agora extinto conselho consultivo.

Garantir a sustentabilidade do banco e estabilidade da sua liquidez são objectivos estratégicos definidos por Luís Amado que, face ao cenário de turbulência do sistema bancário e vulnerabilidade dos mercados na zona Euro, defende a continuidade do processo de ajustamento do Banif a esta “complexa e difícil situação”. Isto para continuar a ser líder na Madeira com uma quota de 30%, assegurando a sua consolidação no mercado financeiro nacional, os 5000 postos de trabalho e os direitos de um milhão de clientes.

Jorge Tomé admitiu que o recurso ao fundo de recapitalização da banca é um assunto que está a ser equacionado pelo Banif. “Se for necessário, trata-se de um cenário que encaramos positivamente”, acrescentou o novo CEO, anunciando que até ao final de Abril serão apresentados os resultados do exercício referentes a 2011, ano marcado por prejuízos no sector.

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