Troika elogiou capacidade de entendimento dos sindicatos, patrões e Governo

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Santos Pereira, Passos Coelho e João Proença no dia da assinatura do acordo de reforma laboral Foto: Enric Vives-Rubio

Os representantes da troika elogiaram hoje, na reunião que tiveram com a UGT, o acordo tripartido para a competitividade, crescimento e emprego assinado em Janeiro, contou o secretário-geral, João Proença

“Foi feito um grande elogio à capacidade de entendimento que levou ao acordo tripartido”, contou o secretário-geral da UGT no final da reunião. Para João Proença, tal elogio “traduz uma posição positiva em relação à situação de Portugal”, embora realce que esta é apenas “uma avaliação de rotina”.

Na reunião com a troika, a UGT apontou “medidas que não aparecem no memorando”, como a importância do combate à economia clandestina no sector empresarial e a necessidade de reforçar a capacidade técnica das empresas, descreveu Proença.

Também se falou nos “grandes sacrifícios pedidos aos trabalhadores e pensionistas”, no aumento do desemprego, na reestruturação do sector empresarial do Estada e na “privatização de empresas desagregada de uma estratégia, como é o caso da EDP”.

João Proença alertou que “é fundamental ter presente que para Portugal crescer não pode só apostar na exportação, mas também no mercado interno”, sobretudo quando o principal mercado para onde Portugal exporta também está em grandes dificuldades, como é o caso de Espanha.

No âmbito das reformas laborais, Proença salientou à troika a necessidade de defender a negociação colectiva, mas não com modelos importados de outros países “que não são ajustáveis à realidade portuguesa e que chegam mesmo a chocar com a vontade” dos sindicatos e dos empregadores. E deu como exemplos os casos da Volkswagen (o bom) e o da Opel da Azembuja (o mau).

O líder da UGT reconhece que a taxa de desemprego de “12,7% é um valor muito elevado”, mas lembra que a evolução é diferente ao longo do ano – “cresce normalmente no último trimestre do ano e no primeiro do ano seguinte, e depois tem comportamento diferente, sendo nomeadamente sazonal com os sectores do turismo, agricultura e construção civil”.

Porém, os representantes do FMI, BCE e Comissão Europeia terão mostrado “compreensão pela situação que o país atravessa e pela vontade de o país cumprir as metas”.

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