Lavrov aclamado por milhares de sírios pró-Assad à chegada a Damasco

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Serguei Lavrov Denis Sinyakov/Reuters

O ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, foi esta manhã aclamado por milhares de pessoas à chegada a Damasco, que agradeceram a posição firme de apoio que a Rússia tem mantido no palco internacional ao regime do Presidente Bashar al-Assad.

Reiterando essa posição, as primeiras declarações de Lavrov em território sírio foram de aprovação do regime de Assad: “Todos os líderes de todos os países têm consciência das suas responsabilidades. E você tem assumido as suas”, afirmou, no arranque da reunião com o Presidente sírio. O chefe da diplomacia russa frisou também que Moscovo quer “que os povos árabes vivam em paz e acordo”, sinalizando a necessidade de uma solução para a actual crise naquele país.

Imagens difundidas pela televisão estatal mostram multidões em júbilo, gritando “Obrigado Rússia! Obrigado China!”, ao longo de uma das principais avenidas de Mazzé, na via circular de Damasco, no caminho do aeroporto para o centro da capital onde Lavrov – acompanhado do chefe dos serviços secretos externos russos, Mikhail Fradkov – se vai reunir com Assad, na tentativa de encontrar uma solução para o conflito que se arrasta há mais de 11 meses no país.

“Viemos aqui em nome do povo sírio para agradecer a Moscovo, a quem seremos eternamente gratos”, explicou um dos manifestantes, entrevistado pela televisão estatal, que descreveu o evento como uma “homenagem ao apoio da Rússia à Síria, ao seu povo e às reformas em curso”.

As autoridades russas tinham anunciado esta visita no domingo passado, frisando que Lavrov irá discutir com Assad a “concretização rápida de reformas democráticas indispensáveis” naquele país, onde a repressão que o regime exerce sobre as manifestações da oposição e os combates entre o Exército e forças da rebelião se saldam já com um balanço de mais de 5.400 vítimas mortais, de acordo com estimativas das Nações Unidas.

A iniciativa de Moscovo em encetar conversações directas com Assad em Damasco segue-se ao veto exercido no fim-de-semana pela Rússia e China no Conselho de Segurança da ONU a um projecto de resolução, proposto pelos Estados Unidos e outras potências ocidentais e países da Liga Árabe, que condenava a repressão do regime sírio ao movimento de revolta.

Os Estados Unidos expressaram já ter a expectativa de que a visita do chefe da diplomacia russa sirva para “fazer entender com clareza” ao regime de Assad “o quanto está isolado” no palco internacional.

Por seu lado, o Governo chinês disse hoje esperar que o encontro de Lavrov com o Presidente sírio “dê frutos”, insistindo na ideia de que é necessária uma solução diplomática para pôr fim à violência no país. Porta-voz do Ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, sugeriu mesmo que Pequim pretende mandar um “emissário aos países da região” e “desempenhar um papel construtivo para encontrar uma solução política para a crise na Síria”.

Notícia actualizada às 11h25
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