Presidente da Câmara de Sernancelhe processado por abuso de poder

Um grupo de cinco funcionários da Câmara Municipal de Sernancelhe acusa em tribunal o presidente da autarquia (PSD) de “abuso de poder”, algo que o autarca rejeita.

João Serra, do Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), diz que o autarca gere de forma “prepotente” a Câmara, “como quem quer, pode e manda, em claros gestos que humilham as pessoas”. Em resposta, o presidente da autarquia, José Mário Cardoso diz que “apenas gere os meios disponíveis para garantir mais eficácia à câmara”.

O sindicalista, que fala pelos cinco funcionários que avançaram com processos no Tribunal Administrativo de Viseu, contra o presidente José Mário Cardoso, adiantou que em causa estão “atitudes que humilham pessoas” como, dando exemplos, “chefes de secção que são colocados em armazéns ou fiscais a varrer ruas”.

A isto, José Mário Cardoso, eleito pelo PSD, responde que os processos que correm em tribunal “resultam única e exclusivamente de opções tomadas com o objectivo de maximizar os meios humanos ao serviço da autarquia”.

E, sinaliza ainda o autarca, em tom de ironia: “Se o sindicato entende que é uma boa atitude um funcionário responder com má educação a um superior hierárquico, então, se calhar, devia ensinar a gerir uma autarquia”. José Mário Cardoso admite que “um dos processos decorre há 10 anos” e lamenta que “durante todo este tempo não tenha havido uma decisão” judicial.

Posição diferente tem o STAL, que considera existir “uma grande diferença entre procurar melhorar a eficácia da autarquia com os meios disponíveis e desrespeitar completamente as carreiras e as competências das pessoas, alicerçando decisões em questões laterais à gestão da câmara”.

Perante este cenário, o sindicalista avisa ainda que o departamento jurídico do STAL está a procurar o melhor enquadramento para uma nova queixa em tribunal contra o autarca de Sernancelhe, “desta feita um processo que integre todas as situações vividas pelos trabalhadores que já deixaram de ter medo”, que podem ser “bem mais que os actuais cinco casos com processos a decorrer”.

A esta nova ameaça de processo judicial, José Mário Cardoso diz apenas que desconhece essa intenção e que, “a acontecer, é porque alguns funcionários não querem aceitar opções alicerçadas na maximização dos meios para gerir e dar eficácia à gestão da autarquia”. O autarca cumpre actualmente o seu último mandato.

Sugerir correcção
Comentar