Federer junta-se ao grupo dos seis

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Federer vai atingir mais uma marca histórica Foto: Paul Crock/AFP

Quando Roger Federer defrontar, na madrugada desta terça-feira em Portugal, Juan Martin del Potro nos quartos-de-final do Open da Austrália não será apenas um duelo entre dois campeões de torneios do Grand Slam. Será o milésimo encontro disputado por Federer no ATP World Tour.

Ao longo de 14 anos, têm sido muitos os “Federer moments”, mas quando lhe pediram para escolher um encontro dos mil, o tenista suíço recuou até 2001 e recordou o duelo com Pete Sampras, nos oitavos-de-final de Wimbledon, ganho pelo suíço em cinco sets. “Talvez porque, bem, vocês sabem a razão”, justificou Federer, sobre o único encontro entre os dois no circuito e, que para muitos, foi o despertar da consciência do suíço para proezas maiores.

“Quando se tem 19 anos, não temos nada a perder mas sentimos uma grande pressão com a pergunta constante ‘quando é que damos o passo à frente?’ Nem todos são como Michael Chang ou Boris Becker ou Lleyton Hewitt que aparecem ao mais alto nível aos 16, 17 anos, não é assim tão simples. Uns precisam de trabalhar mais, outros durante mais tempo. Eu fui dos que tive de compreender o meu jogo e só quando a minha condição física e a minha mente funcionaram juntas, então pude jogar o meu melhor ténis”, explicou.

Desde a criação da Association of Tennis Profissionals (ATP) em 1972, só mais seis jogadores disputaram mais de mil encontros no circuito principal: Jimmy Connors, Ivan Lendl, Guillermo Vilas, Andre Agassi, Stefan Edberg e John McEnroe. Mas nenhum tem um currículo recheado com 16 títulos do Grand Slam: quatro no Open da Austrália, um em Roland Garros, seis em Wimbledon e cinco no Open dos EUA. “Quando era miúdo, nunca pensei que iria chorar depois de ganhar encontros, porque chorava sempre que perdia, praticamente, entre os 8 e os 15 anos. Quando isso aconteceu pela primeira vez, pensei: ‘O que me está acontecer?’ Não queria acreditar que gostava tanto deste desporto que adoro tanto. Foi uma surpresa”, revelou o suíço.

Federer, de 30 anos, até já competiu em mais do que mil encontros, pois nestes não estão contabilizados os disputados em qualifyings, no circuito secundário (satélite, challenger) ou nos escalões juvenis. Mas o primeiro no ATP World Tour foi na ronda inaugural do torneio de Gstaad, um mês antes de completar 17 anos, frente ao argentino Lucas Arnold, com quem perdeu com um duplo 6-4.

“Têm sido muitos encontros, e alguns estão bem vivos na memória. Outros, já comecei a esquecer, o que acho ser um bom sinal”.

Até ontem, Federer ganhou 813 encontros e perdeu 186. Nos torneios do Grand Slam, o registo é de 231-34, estando a duas vitórias de igualar o recorde de Jimmy Connors de mais vitórias em majors.

“Roger é o melhor tenista na história e claro que é o favorito. Lembro-me de jogar com ele aqui há três anos e só ganhei três jogos. Por isso, se desta vez for diferente e ganhar mais jogos, tudo bem por mim”, adiantou Del Potro.

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