Vargas Llosa recusa convite para o Instituto Cervantes

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Pela segunda vez o escritor de 75 anos recusou a presidência do Instituto Cervantes Reuters

O escritor e Prémio Nobel da Literatura, Mario Vargas Llosa, disse não ao convite do governo espanhol de Mariano Rajoy para presidir ao Instituto Cervantes, alegando compromissos actuais que o impedem de assumir o cargo, avança a agência Efe.

Esta é a segunda vez que o escritor peruano, com nacionalidade espanhola desde 1993, recusa o cargo de presidente do Instituto Cervantes, congénere espanhol do Instituto Camões, depois de em 1996 ter feito o mesmo, ao não aceitar a proposta do então primeiro-ministro José María Aznar, também do PP, tal como Rajoy.

Na altura, o escritor alegou que poderia servir muito mais a Espanha, a cultura e o governo de Aznar, se pudesse conservar e manter a sua independência e liberdade, como até ali.

Segundo a imprensa espanhola, Vargas Llosa, deu a conhecer a sua posição ao final da noite de quinta-feira através de uma carta enviada a Rajoy, na qual explica que os compromissos literários já assumidos, não permitem que se possa dedicar em pleno ao Instituto Cervantes, disponibilizando-se no entanto para ajudar em tudo o que for possível. Para Vargas Llosa a profissão de escritor não é compatível com o cargo oferecido.

O autor integra o patronato da instituição espanhola já há muitos anos e assim prefere continuar. Ainda recentemente, Vargas Llosa esteve na China e no Japão, a convite do Instituto Cervantes, a promover a língua e a cultura espanhola e da América Latina.

Para o governo espanhol, o vencedor do Nobel da Literatura era o candidato ideal, e terá sido mesmo sugerido pelo rei, tendo em conta todo o seu prestígio internacional. Nos últimos dois dias, a resposta era dada quase como certa, mas numa inesperada reviravolta, Vargas Llosa, actualmente a viver em Nova Iorque, volta a recusar.

O Instituto Cervantes, criado em 1991, é a principal instituição de promoção, ensino e difusão da cultura e língua e espanhola no mundo, com 77 centros nos cinco continentes, que promovem habitualmente várias actividades, como exposições, teatro, espectáculos e ciclos de cinema.

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