Empréstimos do BCE à banca impediram “contracção mais grave do crédito”

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Mario Draghi diz que empréstimos a três anos aos bancos estão a ser eficazes REUTERS/Kai Pfaffenbach

A operação de liquidez extraordinária está a ajudar os bancos da zona euro e que esse dinheiro está a circular na economia, garantiu hoje o presidente do BCE.

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião mensal do conselho de governadores do Banco Central Europeu (BCE), onde ficou decidido manter inalterada a taxa de juro de refinanciamento em 1%, o presidente da instituição, Mario Draghi, diz que há sinais evidentes de que o fornecimento de empréstimos a três anos à banca da zona euro está a ser “eficaz”.

Na reunião mensal de Dezembro, o BCE anunciou o lançamento de duas operações de liquidez extraordinária à banca, através de empréstimos a três anos com taxas de juro muito baixas. A primeira operação, realizada a 21 de Dezembro, forneceu a 523 bancos europeus cerca de 489 mil milhões de euros. A próxima realiza-se no final do mês.

“Vemos vários desenvolvimentos positivos” dessas medidas, afirmou hoje Mario Draghi, salientando que estes empréstimos “dão a todos os bancos da zona euro um seguro contra o risco de ficarem sem liquidez e também tempo” para cumprir com as novas exigências, nomeadamente em matéria de recapitalização.

Além disso, destaca o presidente do BCE, houve alguma abertura dos mercados da dívida, o que fez com que as taxas de juro das últimas emissões de dívida de vários países da zona euro “baixassem significativamente”, dando como exemplo os leilões realizados hoje em Espanha e em Itália.

Questionado sobre se a liquidez extraordinária disponibilizada pelo BCE não estava a voltar à instituição sobre a forma de depósitos, que têm batido recordes atrás de recordes, Mario Draghi salientou que muitos dos bancos que pedem dinheiro emprestado ao banco central não são os mesmos que depositam. Além disso, defende que há “sinais de que este dinheiro está a fluir para a economia”.

“Acreditamos que, pelo menos, esta decisão [empréstimos a três anos] preveniu uma contracção de crédito que teria sido muito, muito mais grave”, concluiu Mario Draghi.

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