Pedro Osório é mais um companheiro que fica pelo caminho, diz Carlos do Carmo

O cantor Carlos do Carmo lamentou nesta quinta-feira o falecimento do maestro Pedro Osório, tendo declarado que é uma “grande perda” e “mais um companheiro que fica pelo caminho”.

Cantor e intérprete de fado, Carlos do Carmo trabalhou com Pedro Osório ao longo de quase três décadas.

“Trabalhámos juntos nos anos 70, 80 e 90. Estivemos em muitos concertos. O Pedro foi nomeadamente meu pianista, chefe de orquestra e arranjador “, disse Carlos do Carmo à Agência Lusa.

O maestro e compositor Pedro Osório, natural do Porto, morreu hoje em Lisboa, no Hospital de São Francisco Xavier, onde deu entrada na quarta-feira, disse fonte próxima da família.

A morte do maestro não foi surpresa para Carlos do Carmo, uma vez que se encontrava desde há algum tempo gravemente doente.

“Todos sabíamos que o Pedro estava gravemente doente. Ele tentou lutar contra o cancro, mas não conseguiu ganhar. É mais um companheiro que fica pelo caminho... Um dia serei eu. Vamos indo uns atrás dos outros”, concluiu.

Nascido em 1939, Pedro Osório trabalhou com vários artistas do panorama nacional, nomeadamente Sérgio Godinho, Fernando Tordo, Carlos do Carmo, Carlos Paredes, Rui Veloso, Carlos Mendes, Herman José, Lúcia Moniz ou Xutos e Pontapés.

Figura regular dos Festivais RTP da Canção, que venceu várias vezes como autor e orquestrador, e autor de vários musicais dos casinos Estoril e Póvoa de Varzim, Pedro Osório optou pela carreira musical quando terminava a licenciatura em engenharia mecânica.

Entre outras distinções, em 1982, recebeu o Prémio da Crítica pela composição para a peça “Baal”, de Bertolt Brecht.

Foi dirigente do Sindicato Nacional dos Músicos e fez parte da organização do I Congresso Nacional dos Músicos em 2003. De 2003 até Janeiro de 2011 foi membro da administração da SPA, estando actualmente no grupo do fado.

Em 1994, o Presidente da República Mário Soares condecorou-o com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique, tendo recebido posteriormente a Medalha de Ouro do Concelho de Oeiras e a de Mérito da Sociedade Portuguesa de Autores.

Já este ano, o Ministério da Cultura agraciou-o com a Medalha de Mérito Cultural e o Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, condecorou-o com a comenda da Ordem da Liberdade.

Pedro Osório, que também se dedicava à escrita de obras de música sinfónica, algumas das quais já executadas em público, lançara recentemente o livro “Memórias irrisórias com algumas glórias”.

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